Um dos irmãos suspeitos do atentado à redação do "Charlei Hebdo" que fez 12 mortos, quarta-feira, visitou o Iémen, em 2011, onde se encontrou com imã da al-Qaeda, Anwar al Awlaki.
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Até agora sabia-se pouca coisa sobre o mais velho dos Kaouchi, Said, de 34 anos, com todas as atenções centradas no percurso de militância islamita do irmão mais novo, Chérif, que chegou a cumprir pena por recrutar guerrilheiros para a jiad no Iraque.
Fonte dos serviços secretos confirou, esta sexta-feira, à agência de notícias Reuters, que Said esteve no Iémen durante meses, em 2011, para fazer estudos religiosos, mas não confirmou a informação de que terá recebido treino da al-Qaeda.
Said e Cherif Kouachi estiveram sob vigilância policial durante anos. Cherif esteve preso 18 meses, por participar numa rede angariação de voluntários para combater no Iraque com os extremistas da al-Qaeda.
Segundo fonte iemita, citada pela Reuters, o Governo francês sabia da possibilidade de existirem ligações entre os irmãos e a al-Qaeda na Península Arábica.
Depois do regresso de Said Kouachi a França, os dois irmãos refrearam aparentemente todas as atividades que pudessem levantar suspeitas junto dos serviços secretos e das autoridades.
Até ao ataque desta quarta-feira, os dois homens não foram tratados como alvos prioritários pelas agências anti-terroristas francesas.
Fontes do Governo norte-americano explicaram que Said e Cherif Kouachi estão listados em duas bases de dados dos serviços de segurança dos EUA como suspeitos de terrorismo, e de uma outra lista, muito mais pequena, de "interdição de voar" para os EUA, elaborada pelo Centro de Vigilância de Terrorismo.
O canal de televisão americano ABC também refere que os dois irmãos estiveram referenciados "durante anos".