Os autores do ataque à redação do Charlie Hebdo não sabiam que tinham um refém. Uma empregada da gráfica onde se refugiaram os irmaõs Kouachi estava escondida dos terroristas e passou informações à polícia por SMS.
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Lilian, 27 anos, gráfica de profissão terá sido fundamental para ajudar a polícia a travar os irmãos Kouachi, que se barricaram nas instalações de uma gráfica, em Dammartin-en-Goële, cerca de 40 quilómetros a norte de Paris.
Lilian estava escondida na gráfica, sem que os irmãos Kouachi soubessem, e passou informações à polícia, por SMS, durante as 10 horas que durou a barricada.
"Escondi-me no primeiro andar. Creio que mataram toda a gente. A visa a polícia para que intervenha", escreveu ao pai, quando os irmãos Kouachi entraram no edifício.
Lilian não sofreu qualquer ferimento e foi libertada quando as autoridades mataram os irmãos Kouachi. "Mandava mensagens a toda a hora, ajudou-nos a saber como era o edifício e onde eles poderiam estar entrincheirados... Ajudou-nos a seguir os movimentos deles", revelou uma fonte policial ao canal de televisão TF1, que descobriu o refém oculto dos terroristas.
França registou, desde quarta-feira, três incidentes violentos, que começaram com o atentado à sede do jornal Charlie Hebdo, em Paris, provocando 12 mortos (10 jornalistas e cartoonistas e dois polícias) e 11 feridos.
Na quinta-feira, foi morta uma agente da polícia municipal, a sul de Paris, e fontes policiais estabeleceram já "uma conexão" entre os dois jiadistas suspeitos do atentado ao Charlie Hebdo e o presumível assassino, identificado como Amedy Coulibaly.
É o mesmo homem que atacou uma loja "kosher" (judaica) no leste de Paris, na Porte de Vincennes, em Paris. Quatro reféns morreram e o autor do sequestro foi igualmente morto durante a operação policial.