Israel agradeceu esta quarta-feira a Washington a venda de um pacote de armamento no valor de 20 mil milhões de dólares, que inclui 50 caças F-15, embora a maior parte do equipamento seja enviado só daqui a vários anos.
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"Enquanto Israel e nossos serviços de segurança permanecem em alerta máximo, quero expressar o meu agradecimento aos nossos aliados por se manterem unidos connosco perante as ameaças carregadas de ódio do regime iraniano e seus parceiros terroristas", escreveu o presidente israelita, Isaac Herzog, numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter).
Herzog agradeceu em particular ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e a outros líderes do país, após a aprovação na terça-feira da venda deste pacote de equipamento militar no valor de 20 mil milhões de dólares (18 mil milhões de euros), pelo seu "firme compromisso - em palavras e ações - com a segurança de Israel".
"Juntos, estamos lado a lado na defesa do mundo livre", sublinhou.
O Governo norte-americano anunciou na terça-feira a venda deste pacote de armamento e equipamento militar (em que se incluem 50 caças F-15 a entregar a partir de 2029) num contexto de aumento das tensões no Médio Oriente, onde a qualquer momento se espera que o Irão ataque Israel em retaliação pelo assassínio de dois líderes islamitas, do movimento islamita palestiniano Hamas e do grupo xiita libanês Hezbollah.
No mesmo dia Biden sustentou que um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza poderá dissuadir o Irão de levar a cabo as suas ameaças de atacar Israel.
"É nisso que acredito", disse o presidente norte-americano, quando questionado sobre este cenário durante uma viagem a Nova Orleães, assegurando que não desistirá do objetivo de um cessar-fogo, apesar de as negociações estarem a tornar-se "difíceis".
O Departamento de Estado notificou na terça-feira o Congresso norte-americano da venda de armamento a Israel e iniciou um período de 15 dias após o qual Israel pode finalizar a aquisição, indicou um porta-voz diplomático.
Todavia, não se espera que o novo armamento chegue a Israel em breve, porque encomendas militares deste tipo costumam levam anos a ser concluídas.
"Os Estados Unidos estão empenhados na segurança de Israel e é vital para os seus interesses nacionais ajudar Israel a desenvolver e a manter uma capacidade de autodefesa forte e em prontidão", declarou a Agência de Cooperação para a Segurança da Defesa num comunicado.
Israel declarou a 7 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando 1194 pessoas, na maioria civis.
Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, 111 dos quais permanecem em cativeiro e 41 morreram entretanto, segundo o mais recente balanço do Exército israelita.
A guerra, que hoje entrou no 313.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza pelo menos 39.965 mortos (1,8% da população) e 92.294 feridos, além de mais de 10 mil desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros após mais de dez meses de guerra, de acordo com números atualizados das autoridades locais.
O conflito causou também cerca de 1,9 milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.