Mísseis iranianos deixaram dezenas de feridos esta quinta-feira e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, prometeu destruir programa nuclear de Teerão. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está a avaliar intervenção no conflito.
Corpo do artigo
Um ataque iraniano com míssil atingiu o Hospital Soroka, na cidade israelita de Beersheba, ferindo dezenas de pessoas e provocando protestos internacionais e a indignação em Israel – com o Governo a defender o fim do líder supremo do Irão. Em Washington, o presidente norte-americano vai decidir uma eventual intervenção dos Estados Unidos no conflito nas próximas duas semanas.
A vaga de dezenas de mísseis de Teerão resultou num impacto direto no principal centro hospitalar no Sul de Israel e em outras cidades nos arredores de Telavive. Os serviços de emergência reportaram que pelo menos seis pessoas ficaram gravemente feridas e outras 44 ficaram com ferimentos de média gravidade ou leves por causa das ondas de choque e dos estilhaços. Mais 18 ficaram feridas enquanto corriam para os abrigos.
“Um míssil atingiu o antigo edifício da enfermaria cirúrgica de Soroka. Trata-se de um edifício relativamente antigo que tinha sido evacuado nos últimos dias”, afirmou o diretor-geral, Shlomi Kodesh, citado pelo jornal “The Times of Israel”, relatando ainda “danos generalizados noutros edifícios do hospital”.
O primeiro-ministro israelita visitou o local do ataque e frisou que o Irão vai “pagar um preço elevado”. “Estamos empenhados em destruir a ameaça nuclear, a ameaça de uma aniquilação nuclear contra Israel”, discursou Benjamin Netanyahu.
“[O líder supremo Ali] Khamenei declara abertamente que quer Israel destruído – dá pessoalmente a ordem para disparar sobre os hospitais”, acusou o ministro da Defesa de Telavive. “Considera a destruição do Estado de Israel um objetivo. Um homem assim não pode mais existir”, acrescentou Israel Katz.
“A escalada das hostilidades entre Israel e o Irão está a pôr em perigo as instalações de Saúde e o acesso a cuidados de Saúde. Os relatos sobre os ataques à Saúde até à data são alarmantes.”, disse o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom. Mesmo assim, Telavive acusou a agência das Nações Unidas de “silêncio seletivo”.
A OMS tem denunciado repetidamente violações das forças israelitas contra as infraestruturas sanitárias em Gaza, onde 17 de 36 hospitais funcionam parcialmente. Pelo menos 72 pessoas morreram esta quinta-feira no enclave, incluindo 21 que estavam próximas de centros de distribuição de alimentos, segundo as autoridades locais.
Decisão da Casa Branca
Com a Imprensa norte-americana a especular que Trump decidiria sobre uma ação direta dos EUA no Irão neste fim de semana, a Casa Branca esclareceu que o presidente tomará uma decisão nas próximas duas semanas, mencionando a possibilidade de negociar com Teerão – que estaria a “algumas semanas” de completar uma arma nuclear.