O ministro da Defesa israelita ameaçou esta quarta-feira retomar os combates na Faixa de Gaza, caso o Hamas não respeite o acordo de cessar-fogo, após o movimento islamita ter referido que não conseguiu localizar os corpos de mais nenhum refém.
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"Se o Hamas se recusar a respeitar o acordo, Israel, em coordenação com os Estados Unidos, retomará os combates e trabalhará para a derrota total do Hamas", pode ler-se num comunicado divulgado pelo gabinete de Israel Katz.
Katz reagiu desta forma ao anúncio do grupo islamita palestiniano de que tinha entregado todos os restos mortais de reféns mantidos em Gaza a que teve acesso.
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Para o governante, esta é uma violação do acordo, que estipula que "o Hamas é obrigado a devolver todos os reféns mortos que mantém em seu poder".
O gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, confirmou hoje à noite que os caixões de dois reféns foram entregues pela Cruz Vermelha às forças israelitas na Faixa de Gaza.
O Exército israelita também divulgou que os caixões estavam em território israelita e "a caminho do Instituto Nacional de Medicina Legal para identificação", de acordo com um comunicado.
A entrega destes dois corpos junta-se aos sete corpos de reféns entregues anteriormente pelo Hamas, depois de um instituto forense israelita ter afirmado que um oitavo corpo não correspondia a nenhum dos 28 reféns mortos.
O Hamas afirmou, por sua vez, ter cumprido o seu "compromisso com o acordo" e disse que já entregou todos os "prisioneiros israelitas vivos sob a sua custódia, bem como os corpos a que teve acesso".
"Quanto aos restantes corpos, são necessários grandes esforços e equipamento especial para a sua recuperação e extração", acrescentou o Hamas num comunicado divulgado nos seus canais oficiais.
Há ainda 19 corpos de reféns israelitas por entregar, em troca de pelo menos 360 corpos de residentes de Gaza mortos durante a ofensiva, 90 dos quais já foram devolvidos a Gaza pelo Exército de Israel, conforme estipulado no acordo.
O cessar-fogo previa a entrega de todos os reféns, vivos e mortos, até à data limite, que expirou na segunda-feira.
Mas, segundo o acordo, se tal não acontecesse, o Hamas deveria partilhar informações sobre os reféns falecidos e tentar entregá-los o mais rapidamente possível.