O gabinete de comunicação de Gaza acusa israelitas de conduzir ataques nas imediações de três hospitais na cidade de Gaza. Israel não comenta os alegados ataques, mas insiste que os extremistas do Hamas se escondem nas unidades hospitalares.
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Israel atacou o pátio do hospital al-Shifa e o departamento de obstetrícia, de acordo com o chefe do gabinete de imprensa do Hamas em Gaza, Salama Maarouf. Em declarações à emissora Al Jazeera, acrescentou que foram atacadas três unidades hospitalares esta madrugada e manhã.
Israel acusou os combatentes do Hamas de se esconderem em hospitais e de utilizarem o complexo hospitalar de Shifa como o seu principal centro de comando. A alegação foi negada pelo grupo militante e pelo pessoal do hospital, que dizem que Israel está a criar um pretexto para o atacar.
Margaret Harris, porta-voz da Organização Mundial de Saúde, foi questionada sobre a alegação do Ministério da Saúde de Gaza de um ataque israelita ao pátio do hospital al Shifa. "Não sei pormenores sobre al Shifa, mas sabemos que estão a ser bombardeados", disse, em declarações à agência de notícias Reuters.
Quando lhe foi pedido que desenvolvesse o assunto, disse que havia "violência intensa" no local, citando colegas no terreno. As forças israelitas ainda não fizeram comentários. No entanto, a BBC fez um retrato da situação dos hospitais de Gaza que estarão na mira das forças israelitas.
Al-Shifa - Forças israelitas cobrem os quatro cantos do maior hospital de Gaza. Segundo testemunhos de residentes ao correspondente da BBC Rushdi Abualouf, as tropas de Israel estão a 250 metros daquela unidade hospitalar, que segundo Telavive acolhe o centro militar e a infraestrutura subterrânea mais importante do Hamas.
Al-Quds - Outro importante hospital de Gaza que estará cercado por forças israelitas. "O hospital está rodeado de tanques por todos os lados, e ouço confrontos e explosões contínuas", disse à BBC uma pessoa que está dentro do hospital al-Quds.
Hospital Indonésio - Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros da Indonésia, foram registadas explosões junto daquele unidade hospital, durante a noite, que causaram estragos.
Al-Rantisi - Segundo a mais recente atualização, terá sido registada atividade militar junto do Hospital Pediátrico Al-Rantisi, em Gaza.
A questão dos hospitais é recorrente em Gaza e ganha importância numa altura em que as forças armadas israelitas se embrenham mais em bairros urbanos densos na luta contra os militantes do Hamas, segundo a Associated Press. A 17 de outubro, dez dias após o início da guerra, o Hamas acusou Telavive de atacar o hospital al-Ahli-Arabi.
Segundo os extremistas, cerca de 500 pessoas morreram neste alegado ataque. Israel recusou a acusação e diz que a explosão no hospital al-Ahli-Arabi, que segundo um responsável do al-Shifa não terá causado mais de 250 vítimas, terá sido provocada por uma disparo acidental da Jihad Islâmica, outro grupo racial palestiniano. Uma versão corroborada pelos serviços secretos franceses e britânicos.