O presidente de Israel disse que as agressões supostamente levadas a cabo por manifestantes pró-palestinianos contra adeptos de uma equipa de futebol de Israel nos Países Baixos foram um "pogrom antissemita".
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"Vemos com horror, hoje de manhã, as chocantes imagens que, desde 7 de outubro, esperávamos não voltar a ver", disse Isaac Herzog, que comparou o incidente nos Países Baixos com os ataques de membros do Hamas de 2023 em que morreram 1200 pessoas em território israelita.
O termo russo "pogrom" designa desde o século XIX a agressão e perseguição deliberada contra um grupo étnico, sobretudo judeus.
Os incidentes de quinta-feira à noite nos Países Baixos provocaram ferimentos a 10 cidadãos israelitas tendo a polícia local detido duas pessoas.
De acordo com notícias difundidas nos Países Baixos, várias centenas de adeptos do Maccabi, clube de futebol de Telavive, que jogou contra o clube holandês Ajax, foram alvo de ataques quando se encontravam reunidos numa praça de Amesterdão onde estavam "manifestantes pró-palestinianos".
O Ajax venceu o Maccabi por 5-0 no jogo da Liga Europa.
O novo ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Gideon Sa'ar disse, após contactos com as autoridades de Haia, que pelo menos 10 pessoas ficaram feridas considerando os incidentes "bárbaros e antisemitas". O responsável vai deslocar-se com urgência aos Países Baixos.
"Espero que as autoridades dos Países Baixos atuem de imediato e tomem as medidas necessárias para proteger, localizar e resgatar todos os israelitas e judeus atacados", disse o chefe de Estado de Israel.
Anteriormente, o primeiro-ministro de Israel ordenou o envio "imediato de dois aviões de resgate" para retirar os cidadãos israelitas e exigiu às autoridades dos Países Baixos "atuação firme e rápida" contra aqueles que provocaram as agressões.
Na quarta-feira, a presidente da Câmara de Amesterdão, Feme Halsema, proibiu uma manifestação de apoio à Palestina que ia decorrer junto ao estádio Johan Cruiff por recear "problemas".
O chefe do Executivo de Israel esteve, entretanto, em contacto telefónico com o primeiro-ministro dos Países Baixos, Dick Schoff, a quem pediu garantias de segurança a todos os israelitas que se encontram no país.
Em comunicado, Benjamin Netanyahu agradeceu a Dick Schoff por ter classificado os incidentes nos Países Baixos como um "ato antisemita".
ONU considera incidentes "muito preocupantes"
O alto comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos qualificou hoje os incidentes como "muito preocupantes".
"Temos assistido a esta informação muito preocupante", afirmou o porta-voz da organização, Jeremy Laurence, durante uma conferência de imprensa na cidade suíça de Genebra.
"Ninguém deve ser sujeito a discriminação ou violência devido à sua origem nacional, religiosa ou étnica", acrescentou o porta-voz.
"Sabemos que as autoridades iniciaram uma investigação sobre este incidente", confirmou Laurence, pouco depois de a Polícia de Amesterdão ter reportado mais de 60 detenções e confirmado a abertura de investigações sobre os "múltiplos incidentes violentos".