Gabinete de Segurança israelita discute proposta só esta sexta-feira, que terá de passar ainda pelo crivo do Governo. Washington refreia entusiasmo mas mantém “confiança” na entrada em vigor da trégua já no próximo domingo.
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Numa inesperada reviravolta, a refrear as apoteóticas celebrações de quarta-feira, Israel protelou hoje a reunião do Gabinete de Segurança para ratificar o acordo de cessar-fogo com o Hamas, empurrando culpas para o grupo islamita, que garantiu continuar comprometido com o pacto em três fases mediado por cataris, egípcios e norte-americanos. Os ataques aéreos sobre o enclave palestiniano, esses, não sofreram qualquer recuo, e subtraíram mais de 80 vidas pouco depois do anúncio de trégua. O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, mostrou-se “confiante” que a implementação vá mesmo acontecer a 19 de janeiro, como previsto no pacto alcançado após 15 meses de sucessivas rondas negociais.
O recuo de Telavive tornou-se evidente ao início da manhã de hoje, quando o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou o adiamento da reunião do Gabinete de Segurança, prevista para aprovar o acordo de cessar-fogo alcançado na quarta-feira com o Hamas, e que seria depois sujeito à ratificação dos ministros do Executivo israelita.