Israel garantiu, na noite de quarta-feira, que forças de manutenção da paz "não são um alvo", depois de a ONU ter denunciado "disparos diretos e visivelmente deliberados" das forças israelitas no sul do Líbano.
Corpo do artigo
A ONU referiu, sobre o mais recente incidente do género, que um tanque israelita abriu fogo contra uma torre de observação das forças de manutenção da paz no sul do Líbano.
As forças israelitas estão a "realizar operações contra a organização terrorista Hezbollah" no sul do Líbano, frisaram, por sua vez, as Forças de Defesa de Israel (FDI), num comunicado enviado à agência France-Presse (AFP).
"A infraestrutura e as forças da UNIFIL (Força Interina das Nações Unidas no Líbano) não são um alvo e cada acidente contrário às regras será examinado em detalhe", destacaram ainda as FDI, acrescentando que "o incidente em causa está sob investigação".
As forças israelitas realizaram hoje dezenas de ataques aéreos no Líbano, matando 16 pessoas numa cidade no sul do país, incluindo o presidente da câmara, e três noutra, causando uma destruição significativa.
Israel já enfrenta uma pressão internacional crescente depois da UNIFIL ter acusado o seu Exército de "violações chocantes" contra as suas posições nesta região fronteiriça do norte de Israel.
A Casa Branca insistiu hoje que "transmitiu diretamente a Israel" a sua oposição aos ataques contra "zonas densamente povoadas de Beirute" e apelou "para não ameaçar as vidas dos civis", das forças de manutenção da paz e dos soldados libaneses.
Por seu lado, o Hezbollah reportou "violentos combates corpo-a-corpo" com soldados israelitas perto de uma aldeia fronteiriça no sul do Líbano. Disse ainda que lançou uma "salva de 'rockets'" contra Safed, no norte de Israel, pela terceira vez em 24 horas.
Segundo as FDI, "cerca de 90 projéteis" foram disparados durante o dia pelo Hezbollah contra Israel. Segundo as equipas de socorro, quatro pessoas ficaram feridas sem gravidade por estilhaços.
Paralelamente à sua guerra contra o movimento xiita Hezbollah e o Hamas palestiniano em Gaza, dois movimentos aliados do Irão, Israel afirma estar a preparar a sua resposta ao ataque com mísseis iranianos lançado em 1 de outubro contra o seu território.
O chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, reiterou que o seu país "responderá resolutamente" a um possível ataque.
Israel e o Hezbollah estão em confronto desde 8 de outubro de 2023, um dia após o início da guerra na Faixa de Gaza, que, durante quase um ano se limitou a trocas de tiros ao longo da fronteira israelo-libanesa.
Contudo, no final de setembro, Israel iniciou uma ampla campanha de bombardeamentos que se concentrou no sul e no leste do Líbano, mas também no subúrbio de Dahieh, no sul de Beirute.
Segundo o Governo libanês, pelo menos 2350 pessoas morreram no último ano, das quais 1356 desde 23 de setembro, e mais de 1,2 milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas.