O Exército israelita admitiu e lamentou, esta quinta-feira, "os danos causados" à Igreja da Sagrada Família em Gaza, a única paróquia católica, e as vítimas, que as autoridades do enclave estimam até agora em quatro mortos e sete feridos.
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"O Exército está ciente dos relatos de danos na Igreja da Sagrada Família na Cidade de Gaza e de vítimas no local. As circunstâncias do incidente estão a ser analisadas", refere o Exército num comunicado.
De acordo com a Conferência Episcopal Italiana, esta paróquia católica acolhe atualmente cerca de 500 cristãos deslocados pela ofensiva israelita contra o movimento islamita Hamas, considerado terrorista pelos Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido.
Entre os feridos está o pároco, o argentino Gabriel Romanelli, a quem o Papa Francisco telefonava todos os dias desde o início da invasão israelita de Gaza até pouco antes da sua morte, a 21 de abril.
Na sua declaração, o Exército insiste, tal como fez ao lançar estes bombardeamentos contra Gaza, que está a fazer "todo o possível para mitigar os danos à população civil e às estruturas civis, incluindo os locais religiosos".
Em 2024, o Exército israelita destruiu completamente 815 mesquitas na Faixa de Gaza, de acordo com um relatório do Ministério dos Assuntos Religiosos da Autoridade Palestiniana.
Papa "profundamente triste"
O Papa Leão XIV afirmou estar “profundamente triste com o ataque militar à Igreja Católica da Sagrada Família em Gaza”. “Sua Santidade renova o seu apelo a um cessar-fogo imediato” na Faixa de Gaza, lê-se num telegrama de condolências emitido pelo Vaticano e assinado pelo “número dois” da Santa Sé, o cardeal italiano Pietro Parolin.
Israel combate o Hamas na Faixa de Gaza em retaliação pelos ataques dos islamitas em solo israelita em 7 de outubro de 2023, que fizeram mais de 1.200 mortos e em que foram raptadas mais de duas centenas de pessoas.
A retaliação israelita já fez mais de 57 mil mortos em Gaza, segundo as autoridades de saúde do Hamas.