As forças israelitas lançaram, durante a madrugada desta sexta-feira, aquilo a que apelidaram de "ataque preventivo" contra o Irão. O alvo foi o "centro nuclear" da capital. Teerão deve responder em breve.
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A capital iraniana e outras zonas do país foram sacudidas por dezenas de explosões israelitas durante a madrugada, numa já esperada escalada de tensões entre os dois países com mais poder militar do Médio Oriente.
"Atacámos o centro nuclear do Irão", declarou o primeiro-ministro israelita, numa declaração televisiva transmitida uma hora depois do início dos ataques. Assegurando - como já havia feito no início do massacre em Gaza - que a "operação" em causa é essencial para a segurança de Israel e "do mundo civilizado" que "o Irão está a trabalhar para destruir", Benjamin Netanyahu disse que a ofensiva "vai continuar durante os dias que forem necessários para eliminar esta ameaça".
O Exército israelita justificou a operação, denominada "Nação de Leões", com o facto de o Irão estar, alegadamente, prestes a conseguir enriquecer urânio num estado de pureza suficiente para construir armas nucleares. Netanyahu acrescentou que o país islâmico enriqueceu urânio que chegue para produzir "nove armas atómicas"
Retaliação de Teerão pode estar iminente
Os ataques foram divulgados numa declaração do ministro da Defesa israelita por volta da 1 hora em Portugal continental. "Na sequência do ataque preventivo do Estado de Israel contra o Irão, espera-se, no futuro imediato, um ataque com mísseis e drones contra o Estado de Israel e sua população civil", anunciou Israel Katz, citado pela agência de notícias France-Presse.
Telavive levou a cabo ataques em várias zonas do país, visando alvos relacionados com o programa nuclear do Irão e instalações de mísseis de longo alcance, detalhou um alto oficial israelita, que falou ao "The New York Times" sob condição de anonimato. Espera-se para breve uma retaliação de Teerão, provavelmente envolvendo mísseis balísticos, à semelhança do que aconteceram em escaladas semelhantes no ano passado, adianta o jornal norte-americano.
Os ataques israelitas ocorrem ao fim de meses de tensão entre as duas potências orientais, aumentando os temores de mais uma guerra na região. Duas fontes de Telavive ouvidas pela mesma publicação disseram que, antes do ataque, Israel se comprometeu com a administração Trump a não atacar o Irão sem primeiro notificar os Estados Unidos, que confirmaram a ofensiva, garantindo que esta não contou com o envolvimento de Washington. Donald Trump, alertou na quinta-feira para o risco de Israel atacar as instalações nucleares iranianas.
Pelas 2.45 horas de Portugal continental, ainda não era possível clarificar nem a escala da ofensiva nem os danos causados.