O exército de Israel anunciou ter assumido o "controlo operacional" do lado da Faixa de Gaza da passagem fronteiriça com o Egito em Rafah, onde está em curso uma "operação antiterrorista precisa" contra militantes do Hamas.
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A passagem de Rafah, situada a sul da cidade de Gaza, foi tomada por tanques israelitas que fazem parte de uma brigada blindada, disseram as Forças de Defesa de Israel e autoridades palestinianas, esta terça-feira.
Imagens transmitidas pela imprensa israelita mostram uma bandeira de Israel hasteada no lado de Gaza da fronteira.
As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) anunciaram ainda, esta manhã, que está em curso uma "operação antiterrorista precisa para eliminar os terroristas e as infraestruturas do Hamas em áreas específicas do leste de Rafah". Esta operação "começou durante a noite, com base em informações" dos serviços secretos, acrescentam as IDF.
O exército israelita disse que decidiu assumir o controlo da passagem de Rafah depois de receber informações de que estava "a ser usada para fins terroristas" pelo movimento islamita palestiniano Hamas, embora sem fornecer quaisquer provas.
As forças israelitas alegaram anteriormente que o Hamas tinha usado a área em torno da fronteira para lançar dezenas de mísseis que mataram quatro soldados israelitas perto de Kerem Shalom, que liga o sudeste de Gaza ao território israelita.
Wael Abu Omar, o porta-voz da agência responsável pelas fronteiras no governo da Faixa de Gaza, controlado pelo Hamas desde 2007, disse que a passagem de Rafah, a principal entrada de ajuda humanitária, estava encerrada.
"Toda a área do oeste [de Rafah] tornou-se um teatro de operações desde ontem [segunda-feira]. O bombardeamento não parou", disse Abu Omar, acrescentando que o pessoal fronteiriço fugiu por causa da ofensiva israelita.
Na noite de segunda-feira, o exército israelita disse que matou 20 militantes do Hamas em "ataques direcionados" na zona leste de Rafah, onde foram descobertas três redes de túneis do grupo islamita.
O Gabinete de Guerra israelita, chefiado pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, anunciou na segunda-feira que decidiu prosseguir a ofensiva em Rafah, ao mesmo tempo que concordou continuar as negociações para uma trégua com o Hamas.