O ministro da Defesa israelita afirmou que a conclusão de um possível acordo sobre um cessar-fogo com o grupo palestiniano Hamas e a libertação de reféns em Gaza está "mais perto do que nunca", avançou esta segunda-feira a imprensa local.
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Segundo meios de comunicação social israelitas, como o jornal Haaretz e o site Ynet, Israel Katz disse hoje aos deputados do Comité de Defesa e Negócios Estrangeiros, durante uma reunião à porta fechada, que Israel está "mais perto do que nunca de chegar a outro acordo" para libertar os reféns, e que é melhor "falar o menos possível" sobre o assunto.
De acordo com as fugas de informação, o ministro adiantou que o possível acordo seria realizado de forma faseada e disse ter a certeza de que a maioria dos deputados israelitas o apoiará.
Quase ao mesmo tempo que as declarações de Israel Katz eram tornadas públicas, os juízes decidiram aceitar o pedido do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, para cancelar a quarta sessão do seu julgamento por corrupção, que estava marcada para terça-feira, devido a "circunstâncias especiais".
Hoje, o jornal de língua árabe Asharq al Awsat avançou também que, segundo um alto responsável do Hamas, o acordo está mais próximo do que nunca, e que tanto o grupo islamita palestiniano como a Jihad Islâmica Palestiniana (que participou ao lado do Hamas nos ataques de 7 de outubro de 2023 e tem vários reféns na sua posse) suavizaram as suas posições.
Em mais de um ano de guerra, o Hamas e Israel só chegaram a um acordo para um cessar-fogo e libertação de reféns. A trégua ocorreu em novembro de 2023 e serviu para libertar 105 dos 251 raptados nos ataques de 7 de outubro em troca de 240 prisioneiros palestinianos em Israel.
Desde então, as negociações para alcançar uma nova trégua têm sido em vão, e alguns antigos membros do Governo israelita, como o político da oposição Benny Gantz ou o antigo ministro da Defesa Yoav Gallant (demitido no início de novembro), acusaram Netanyahu de impedir o acordo por razões políticas.
No entanto, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, afirmou, há poucos dias, que o primeiro-ministro israelita "está pronto" para chegar a um acordo.
Durante uma visita a Israel, Sullivan disse que Netanyahu não parece estar à espera do regresso do Presidente eleito norte-americano, Donald Trump, à Casa Branca (toma posse a 20 de janeiro) para assinar um acordo com o Hamas, e que os Estados Unidos, um dos principais mediadores, pretende fechar o pacto antes do final do mês.
Israel declarou guerra ao Hamas após o grupo extremista ter realizado um ataque sem procedentes em território israelita a 7 de outubro de 2023, em que foram mortas cerca de 1200 pessoas, maioritariamente civis, e 251 foram feitas reféns, 96 das quais continuam em cativeiro.
Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, há mais de 14 meses, 45.028 pessoas foram mortas e 106.962 ficaram feridas em ataques israelitas.
As autoridades sanitárias do enclave palestiniano, controlado pelo Hamas desde 2007, dão conta igualmente de cerca de 11.000 desaparecidos, na maioria civis, que estarão presumivelmente soterrados nos escombros.