É o 18º dia de guerra em Gaza. A ajuda humanitária entra a conta-gotas. Israel não dá tréguas aos bombardeamentos. O Hamas libertou mais dois reféns, Joe Biden exige que liberte todos: mais de 200. Acompanhe os principais desenvolvimentos do conflito.
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O Egito condenou Israel esta terça-feira por "não permitir a passagem de combustível" para a Faixa de Gaza pela fronteira de Rafah, por onde os estrangeiros retidos no enclave também não podem ser evacuados devido às "ameaças" israelitas.
Em conferência de imprensa, o diretor do Serviço de Informações do Estado e porta-voz do Governo egípcio, Dhia Rashwan, garantiu que "as autoridades israelitas continuam a insistir em não permitir a passagem de combustível" ou de "qualquer coisa para gerar energia ou eletricidade".
A Organização Mundial de Saúde alertou esta terça-feira que seis hospitais na Faixa de Gaza encerrarem por falta de combustível e outros dois suspenderam alguns serviços pelo mesmo motivo.
Cinquenta pessoas foram mortas numa hora na noite desta terça-feira em "várias áreas" da Faixa de Gaza, que tem sido alvo de intensos bombardeamentos israelitas, informou o Ministério da Saúde do enclave palestiniano controlado pelo movimento islamita Hamas.
Esta terça-feira à tarde, a mesma entidade do território anunciou que 5791 pessoas, na grande maioria civis, incluindo mais de 2300 crianças, foram mortas desde 7 de outubro, quando iniciaram os ataques israelitas em território palestiniano, em retaliação a uma ofensiva levada a cabo pelo movimento palestiniano contra Israel.
Um jornalista da agência noticiosa francesa AFP destacado no local descreveu que várias pessoas transportavam esta noite corpos de familiares para um hospital no sul do enclave.
Os Estados Unidos (EUA) sugeriram esta terça-feira, pela primeira vez, "pausas humanitárias" em Gaza para entrega de ajuda aos civis, embora não tenham corroborado o apelo de cessar-fogo feito pouco antes pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
Estas pausas humanitárias deveriam servir para encaminhar "alimentos, água, medicamentos e outros elementos essenciais" para Gaza "sem beneficiar o Hamas ou qualquer outro grupo terrorista", defendeu o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, perante o Conselho de Segurança.
O pedido de Blinken não incluiu especificamente combustível, cuja entrada foi vetada por Israel apesar de ser um elemento fundamental para o funcionamento de hospitais, uma vez que as autoridades israelitas argumentam que poderia cair nas mãos do grupo islamita Hamas.
As famílias dos reféns do grupo islamita Hamas classificaram esta terça-feira como "escandalosas" as palavras do secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, a respeito dos ataques de 7 de outubro em Israel que deram origem à guerra atual.
"Que vergonha dar legitimidade a crimes contra a humanidade quando se trata de judeus! As declarações do secretário-geral da ONU são escandalosas!", afirmou o grupo de famílias dos cerca de 220 sequestrados num comunicado.
Guterres afirmou esta terça-feira, perante o Conselho de Segurança da ONU, que os ataques do Hamas "não vêm do nada" e lembrou que os palestinianos foram "sujeitos a 56 anos de ocupação sufocante".
"Crianças foram queimadas vivas, mulheres foram violadas e civis foram torturados e assassinados a sangue frio. Tudo com o objetivo de aniquilar todos os israelitas e judeus na área capturada pelo Hamas", observaram as famílias.
Israel vai reavaliar as relações com a ONU, após o secretário-geral da organização, António Guterres, ter dito que os ataques do grupo islamita palestiniano Hamas "não aconteceram do nada", afirmou esta terça-feira à agência Lusa o embaixador israelita, Gilad Erdan.
"Definitivamente teremos de fazer uma avaliação sobre as nossas relações com a ONU. Estamos a reclamar há muito tempo", disse à Lusa o embaixador israelita junto da ONU, Gilad Erdan, em Nova Iorque, ao ser questionado sobre o futuro das relações entre Israel e as Nações Unidas após ter pedido que Guterres renuncie ao cargo.
"Depois daquilo que o líder desta organização (Guterres) acabou de dizer esta manhã, apoiando o terrorismo, não há outra forma de explicar. Obviamente, o nosso Governo terá de reavaliar as relações com a ONU e os seus funcionários que estão estacionados na nossa região", acrescentou o representante diplomático.
O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza alertou hoje que a crise humanitária devido à guerra entre Israel e o grupo islamita Hamas está a gerar surtos epidémicos que já afetam cerca de 3100 pessoas, na maioria crianças. "Alertamos para uma grande onda epidémica que poderá devastar a Faixa de Gaza e que não pode ser controlada", disse o porta-voz do Ministério da Saúde do enclave palestiniano, Ashraf al Qudra, em comunicado.
O porta-voz afirmou que "as epidemias propagam-se cada vez mais devido à sobrelotação dos centros de acolhimento" de deslocados, problema que é agravado pela falta de água potável e pela impossibilidade de se manter um mínimo de higiene pessoal face ao cerco israelita, que impede o acesso a alimentos, eletricidade ou medicamentos
Uma célula de mergulhadores do grupo islamita palestiniano Hamas, que procuravam infiltrar-se em Israel por mar, foi intercetada por militares israelitas, informaram as Forças Armadas de Telavive esta terça-feira.
Em comunicado, as Forças Armadas israelitas descreveram que os mergulhadores do Hamas tentavam chegar à zona do kibutz Zikim, no sul de Israel e muito perto da Faixa de Gaza, enclave palestiniano controlado pelo grupo islamita desde 2007.
Aviões militares israelitas destruíram o complexo militar do Hamas de onde os combatentes partiram para solo israelita.
O Exército, que não especificou o número de mergulhadores do Hamas que tentaram introduzir-se no seu território, afirmou que as buscas naquela área continuavam. Segundo órgãos de comunicação social israelitas, poderá haver entre quatro e oito membros do Hamas mortos, mas sem confirmação oficial.
O chefe da diplomacia israelita, Eli Cohen, dirigiu-se hoje diretamente ao secretário-geral das Nações Unidas para lhe perguntar "em que mundo vive", depois de António Guterres ter denunciado "violações claras" do direito humanitário em Gaza.
"Senhor secretário-geral, em que mundo vive?", questionou Eli Cohen numa reunião ministerial do Conselho de Segurança da ONU para abordar a situação no Médio Oriente, mais concretamente a guerra entre Israel e o grupo islamita Hamas, assim como a situação do povo palestiniano. "Sem dúvida, não é no nosso", acrescentou o ministro das Relações Exteriores, mostrando imagens dos ataques do Hamas contra civis, enquanto o embaixador israelita na ONU, Gilad Erdan, denunciava na plataforma X (antigo Twitter) o "discurso chocante" de António Guterres, a quem acusou de ver a situação de "uma forma distorcida e imoral".
O primeiro-ministro da República Checa, Petr Fiala, e o chanceler austríaco, Karl Nehammer, vão deslocar-se a Israel na quarta-feira para se reunirem com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e com o presidente, Isaac Herzog, revelou o porta-voz de Fiala à AFP, esta terça-feira. “O objetivo das negociações é apoiar Israel, incluindo a coordenação no contexto da reunião do Conselho Europeu marcada para esta semana”, acrescentou.
Nehammer escreveu na rede social X (antigo Twitter) que iria “conhecer a família do refém austríaco-israelita sequestrado pela organização terrorista Hamas”.
O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, abordou, esta terça-feira, as alegadas violações do Direito Internacional Humanitário, enquanto Israel bombardeia continuamente Gaza, e urgiu um cessar-fogo humanitário imediato.
"Eu estou profundamente preocupado com violações claras do Direito Internacional Humanitário que estamos a testemunhar em Gaza. Deixem-me ser claro: nenhuma parte num conflito armado está acima do Direito Internacional Humanitário", frizou António Guterres numa sessão do Conselho de Segurança da ONU, sem nomear explicitamente Israel.
Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Turquia, Recep Tayyp Erdogan, analisaram esta terça-feira a "crise aguda" reinante no Médio Oriente e denunciaram a "situação humanitária catastrófica" na Faixa de Gaza, considerando "inadmissíveis" os ataques contra civis.
Num comunicado divulgado pelo Kremlin, os dois chefes de Estado mantiveram uma conversa telefónica em que expressaram "grande preocupação" face ao aumento do número de vítimas civis e à situação humanitária "catastrófica" que se vive em Gaza, considerando "inadmissível" atacar bairros residenciais e edifícios religiosos e sociais.
"Também foram discutidos os esforços ativos desenvolvidos pela parte russa no âmbito do Conselho de Segurança da ONU e as correspondentes medidas político-diplomáticas da Turquia destinadas a pôr termo ao derramamento de sangue e a assegurar a entrega de ajuda humanitária", acrescentou a Presidência russa.
O Kremlin sublinhou que as posições de Moscovo e Ancara "coincidem praticamente e visam a concretização da conhecida fórmula dos dois Estados, que prevê a criação de uma Palestina independente que coexista com Israel num quadro de paz e segurança".
Ofer Calderon, refém do Hamas, já tem dupla nacionalidade, portuguesa e israelita. O cidadão já tinha pedido a nacionalidade portuguesa em 2021, mas o processo ainda não estava terminado. Agora, as autoridades portuguesas concederam-lhe a cidadania, para que possa ser libertado.
O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, acusou, esta terça-feira, o Conselho de Segurança das Nações Unidas de agravar a crise em Gaza, ao ceder ao "regime israelita".
"A comunidade internacional não está à altura do desafio face aos ataques ilegais e desenfreados de Israel contra civis", criticou Erdogan em comunicado, responsabilizando o Conselho de Segurança da ONU por "agravar a crise com uma atitude unilateral".
Cerca de dois terços das instalações de saúde de Gaza deixaram de funcionar devido aos ataques israelitas e falta de combustível, alertou esta terça-feira a Organização Mundial de Saúde (OMS), que pediu a passagem segura de combustível e mantimentos.
No total, estão sem funcionar 46 dos 72 estabelecimentos de saúde - incluindo 12 dos 35 hospitais. "Para além dos hospitais que tiveram de encerrar devido a danos e ataques, seis hospitais na Faixa de Gaza já fecharam por falta de combustível", afirmou a agência internacional em comunicado.
Algumas das instalações que aguardam o abastecimento de combustível da OMS no norte da Faixa de Gaza incluem o hospital Al Shifa, onde a ocupação das camas já ronda os 150%.
A OMS acrescenta ainda o Hospital da Amizade Turco, "o único hospital oncológico da Faixa de Gaza, que continua parcialmente operacional devido à falta de combustível, colocando em risco cerca de 2000 doentes oncológicos".
O emir do Qatar - país que acolhe parte da liderança do movimento islamita Hamas - alertou esta terça-feira para a escalada do conflito na Faixa de Gaza, apontando que a morte de civis "ultrapassa todos os limites".
"Recusamo-nos a agir como se as vidas das crianças palestinianas não contassem, como se não tivessem rosto ou nome", disse Tamim bin Hamad al Thani perante o Conselho Shura, o principal órgão decisório do movimento islâmico pró-palestiniano. O Qatar não mantém relações diplomáticas formais com Israel, mas mantém contactos com o Hamas.
O emir alertou que a atual escalada de confrontos entre Israel e o grupo islamita Hamas ameaça toda a região e ofereceu o Qatar como um "mediador confiável" para resolver o conflito e avançar em direção à paz.
"Gostaria de salientar que a posição da ONU e da OMS é imparcial: estamos empenhados em prestar apoio e cuidados médicos a todos os israelitas e palestinianos", o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreysus.
O responsável da agência especializada da ONU apelou a Israel para retomar o abastecimento de eletricidade, água e combustível à Faixa de Gaza, sublinhando que devem ser envidados todos os esforços para chegar a um acordo através do diálogo e da compaixão.
"Todos sabemos que a guerra traz destruição, perda e sofrimento. Vi isso mesmo quando era criança. Fui testemunha disso. Não recordo nada, exceto a destruição. A única coisa que a guerra traz é horror e destruição", defendeu.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Eli Cohen, refutou as críticas de António Guterres às ações de Israel em Gaza, contrapondo com os ataques a civis pela organização terrorista Hamas.
"Senhor Secretário-geral, em que mundo é que vive?", questionou Cohen na sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em resposta à denúncia de António Guterres sobre "claras violações" do Direito Internacional Humanitário em Gaza por parte de Israel.
"O massacre é da responsabilidade do Hamas e não de Israel", disse o vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, durante uma entrevista ao canal televisivo Sky TV.
Tajani disse estar convencido de que as vítimas da explosão no Hospital Al Ahli, em 17 de outubro, eram "50 e não 500", como afirmou o grupo islamita Hamas, que controla Gaza desde 2007.
A Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) apelou esta terça-feira a uma melhor coordenação das organizações humanitárias que estão a ajudar os palestinianos na Faixa de Gaza, estabelecendo "listas mais claras do que é mais necessário".
"Não estamos realmente a receber os produtos mais necessários ou relevantes para Gaza", lamentou a porta-voz da UNRWA. Tamara Alrifai referiu que num dos comboios de ajuda humanitária foram enviadas "caixas de arroz e lentilhas (...), mas para cozer lentilhas e arroz é preciso água e gás". "Portanto, este tipo de produto (...) não é muito útil neste momento, dada a situação em Gaza", disse.
Resgate nos escombros de um edifício atingido por um ataque aéreo israelita em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, esta terça-feira.
"A França está pronta para que a coligação internacional contra o Estado Islâmico, na qual estamos envolvidos, possa também lutar contra o Hamas", afirmou o presidente francês, Emmanuel Macron, após um encontro com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, esta terça-feira. A coligação internacional está atualmente destacada no Iraque e na Síria.
"Proponho aos nossos parceiros internacionais que construamos uma coligação regional e internacional para lutar contra os grupos terroristas que nos ameaçam a todos", insistiu, citado pela agência francesa AFP.
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O presidente francês, Emmanuel Macron, defendeu esta terça-feira perante o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que Israel deve reconhecer o direito legítimo dos palestinianos a ter o seu próprio Estado.
A segurança da região "não estará garantida" se Israel "não aceitar o direito legítimo dos palestinianos a ter um território e um Estado em paz e segurança ao lado de Israel", afirmou Macron.
O Ministério da Saúde do grupo islamita Hamas anunciou esta terça-feira que 5791 pessoas foram mortas desde o início dos ataques israelitas na Faixa de Gazas. Deste total, 2360 são crianças, segundo o Ministério da Saúde, que adianta que 16.297 pessoas ficaram feridas.
"Levaram-me, com as pernas de um lado e a cabeça do outro, numa mota", afirmou Yochved Lifshitz, de 85 anos, uma das reféns libertadas na noite de segunda-feira pelo grupo islamita Hamas, acrescentando que durante o rapto foi golpeada com paus.
Os captores ficaram com o seu relógio e as joias que usava. Depois de completar parte da viagem de mota, obrigaram-na a caminhar até chegar a um túnel para entrar na Faixa de Gaza.
A idosa descreveu a rede de túneis do Hamas como "uma teia de aranha". No final de um dos túneis, Yochved Lifshitz foi levada para uma grande sala onde estavam outros 25 sequestrados do Hamas, até que duas ou três horas depois foi levada com outros quatro reféns para uma sala separada, onde lhe deram comida e remédios.
Lifshitz lamentou que uma cerca que custou "dois mil milhões" não tenha servido para proteger os israelitas, referindo-se à barreira de segurança que separa Gaza de Israel.
"O primeiro objetivo que devemos ter hoje é a libertação de todos os reféns, sem qualquer distinção, porque é um crime horrível brincar com a vida de crianças, adultos, idosos, civis e soldados", disse Emmanuel Macron depois de se encontrar com o presidente de Israel, Isaac Herzog.
O presidente francês acrescentou que a ofensiva na Faixa de Gaza deve ser travada sem "alargar este conflito".
O Hamas afirmou, esta terça-feira, que os ataques aéreos israelitas contra a faixa de Gaza durante a noite mataram pelo menos 140 pessoas.
"Mais de 140 pessoas foram martirizadas e centenas ficaram feridas nos massacres cometidos pelos ataques da ocupação (Israel)", afirmou o gabinete de imprensa do governo do Hamas.
Na segunda-feira, o Hamas libertou mais duas reféns, na sequência de um processo de mediação entre o Catar e o Egito, por "razões de saúde e humanitárias". No sábado tinham sido libertadas outras duas mulheres.
"Os reféns devem ser libertados, então poderemos discutir", declarou o presidente norte-americano, Joe Biden, quando questionado sobre o seu apoio a um cessar-fogo.
Israel identificou mais de 220 reféns israelitas, estrangeiros ou com dupla nacionalidade.
Reveja aqui os principais acontecimentos do 17º dia de ofensiva em Gaza.
O presidente francês Emmanuel Macron chegou a Telavive, esta terça-feira, para expressar a "total solidariedade" do seu país para com Israel.
"Estamos ligados a Israel pelo luto. Trinta dos nossos compatriotas foram assassinados em 7 de outubro. Nove outros estão ainda desaparecidos ou são mantidos como reféns", disse Macron nas redes sociais.
"Em Telavive, manifestei a minha solidariedade para com as suas famílias", acrescentou, após um encontro no aeroporto de Telavive com famílias de franceses mortos ou mantidos reféns na Faixa de Gaza.
Macron vai também apelar para a "preservação das populações civis" na Faixa de Gaza, que tem estado sob constante bombardeamento das forças israelitas desde o ataque do Hamas, de acordo com a presidência francesa.
Equipas de salvamento procuram sobreviventes nos escombros de um edifício na sequência de ataques noturnos israelitas em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza. De acordo com o Hamas, pelo menos 140 pessoas morreram durante a noite.
O Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), o principal órgão judicial das Nações Unidas, anunciou esta terça-feira que vai realizar audiências públicas sobre "as consequências jurídicas decorrentes das políticas e práticas de Israel no Território Palestiniano Ocupado".
As audiências, a que se seguirá a emissão de um parecer jurídico não vinculativo pelo TIJ, começarão a 19 de fevereiro de 2024 e centrar-se-ão nos argumentos das partes sobre o tema, afirmou o TIJ, que convoca as sessões em resposta a um pedido de parecer consultivo sobre a matéria.
O TIJ centrar-se-á apenas nas circunstâncias da ocupação, uma vez que o pedido foi apresentado antes da atual escalada de violência na região.
"Penso que o que está a acontecer em Israel e em Gaza (...) terá um impacto grave no desenvolvimento económico", afirmou o presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, esta terça-feira, durante uma conferência de investidores em Riade, na Arábia Saudita.
Banga apelou para "esforços conjuntos de todos" os atores internacionais para limitar o impacto negativo das "mudanças geopolíticas dos últimos quatro anos" e lamentou que "à pandemia [de covid-19] se tenha seguido a guerra entre a Ucrânia e a Rússia, e agora a guerra entre Israel e Gaza".
Considerou ainda que os "riscos geopolíticos em alguns países" são um obstáculo ao investimento do setor privado e "vão ter impacto na energia e nas cadeias de abastecimento".
Seis funcionários da Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) foram mortos em apenas 24 horas em Gaza, informou o organismo esta terça-feira, elevando para 35 o número total de funcionários da ONU mortos desde 7 de outubro.
O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, vai receber esta terça-feira o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, em Ramallah, na Cisjordânia, anunciou o gabinete do líder palestiniano.
Macron chegou hoje a Telavive para se encontrar com as autoridades israelitas, na sequência da guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, que provocou milhares de mortos e feridos desde 7 de outubro.