O líder do exército israelita, Eyal Zamir, reuniu-se, esta sexta-feira, com comandantes para planear a próxima fase da ofensiva terrestre na Faixa de Gaza, incluindo a tomada da cidade de Gaza e a deslocação da população local.
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Segundo um comunicado militar, citado pelas agências internacionais, Zamir "realizou uma avaliação da situação e um briefing" com altos oficiais do Comando Sul, responsável pelas operações em Gaza, com o objetivo de "formular planos e preparativos" para a continuação da ofensiva no enclave palestiniano.
O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas israelitas referiu que os esforços serão intensificados nos próximos dias, de forma a "criar as condições necessárias para o regresso dos reféns e a derrota do regime do Hamas", objetivos que têm sido assumidos por Telavive.
A expansão da ofensiva no enclave palestiniano foi aprovada hoje de madrugada numa reunião de dez horas do gabinete de segurança israelita - que decide sobre a ofensiva em Gaza - e será previsivelmente ratificada no domingo pelo gabinete do governo, segundo informou à agência noticiosa espanhola EFE uma fonte próxima do executivo.
Segundo fontes citadas por diversos meios de comunicação social israelitas, Eyal Zamir opôs-se abertamente ao plano apresentado, considerando que compromete a vida dos reféns ainda mantidos pelo Hamas no enclave.
A suposta retaliação de Israel ao ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023 provocou mais de 61 mil mortos no enclave. E Telavive estima que cerca de 50 reféns ainda se encontram em Gaza, dos quais apenas 20 estarão vivos.
Cerco a cidades e campos de refugiados
O chefe do Estado-Maior terá apresentado uma estratégia alternativa, assente no cerco a cidades e campos de refugiados, acompanhada de operações cirúrgicas. Zamir alertou que a entrada terrestre em zonas onde os reféns se encontram pode agravar o risco para a sua sobrevivência e terá mesmo sugerido que o regresso dos reféns seja retirado dos objetivos de guerra, por considerá-lo incompatível com a ocupação total.
No entanto, segundo a nota oficial divulgada após a reunião, "a maioria dos ministros considerou que o plano alternativo apresentado por Zamir não garantiria a derrota do Hamas nem o regresso dos reféns".
De acordo com a imprensa israelita, o plano do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, prevê a evacuação da capital de Gaza até 7 de outubro de 2025, data simbólica que assinalará dois anos sobre o ataque do Hamas, e a operação incluirá várias fases, culminando com o controlo de toda a Faixa de Gaza.