Itália bloqueia empresa de IA chinesa DeepSeek e alega dúvidas sobre privacidade de dados
A aplicação chinesa de inteligência artificial DeepSeek está bloqueada nas plataformas de download de aplicações da Google e da Apple por razões de segurança. As entidades reguladoras de Itália e da Irlanda já questionaram a empresa sobre a política de privacidade de dados.
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O sucesso da aplicação, que afundou em bolsa várias empresas norte-americanas ligadas ao desenvolvimento de programas de IA de biliões de euros, gerou dúvidas sobre como os dados dos utilizadores poderiam ser usados pelo governo de Pequim.
Em Itália, na app store e na play store, as plataformas mais usadas para descarregar aplicações, os utilizadores receberam a mensagem de que o download da DeepSeek não estava disponível naquela área geográfica, constatou a Reuters, citada pelo jornal britânico "The Guardian".
Na madrugada de segunda-feira, o modelo chinês subiu ao topo da tabela de downloads gratuitos, tanto na China como nos Estados Unidos, ultrapassando o popular ChatGPT.
Depois do lançamento do modelo de IA chinês, vários governos afirmaram que iam monitorizar a plataforma por razões de segurança. Londres, por exemplo, afirmou que ia seguir os dados contidos na plataforma e que não hesitaria em tomar medidas drásticas perante ameaças que possam sugir.
No caso de Itália, o regulador das comunicações questionou a empresa sobre como os dados são recolhidos, a partir de que fontes, qual a base legal para tal ação e onde ficam armazenados na China. Os italianos deram 20 dias à empresa para responder à perguntas. "A nossa equipa vai realizar uma investigação profunda para verificar se as regras de RGPD (Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados na União Europeia) são respeitadas, afirmou Pasquale Stanzione, responsável pela entidade reguladora das comunicações em Iátlia, citado pela agência de notícias Ansa.
OpenAI investiga modelo usado pela DeepSeek
A dona do Chat GPT está a investigar se a empresa chinesa treinou o seu chatbot com o modelo IA desenvolvido pela empresa norte-americana, avançu esta quarta-feira o "The Wall Street Journal".
"É de vital importância que trabalhemos em estreita colaboração com o Governo dos EUA para proteger melhor os modelos mais capazes, dos esforços de rivais e concorrentes para tomar a tecnologia dos EUA", disse a OpenAI em comunicado.
O texto acusa mesmo diretamente as empresas sediadas na China de "tentarem constantemente destilar os modelos das principais empresas de inteligência artificial dos EUA".