Jack Teixeira, o norte-americano suspeito de divulgar informações do Pentágono, estaria a planear um assassinato em massa, revelou um documento divulgado, esta quarta-feira à noite, pelo Departamento de Justiça dos EUA. Segundo as autoridades, o jovem de 21 anos deverá ficar em prisão preventiva por tempo indefinido.
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No documento de 18 páginas, ao qual o jornal norte-americano "The New York Times" teve acesso, as autoridades do Massachusetts alegam que o lusodescendente deve ficar detido "indefinidamente", uma vez que foi detetado um "sério risco de fuga", sendo que também há o perigo de destruição de provas consideradas fulcrais para o desenvolvimento da investigação em curso.
"Não há condições que possam garantir que o réu não vai divulgar informações adicionais ainda em sua posse", escreveram os promotores federais, realçando que "os danos que o réu já causou à segurança nacional dos EUA são imensos".
Teixeira, que era funcionário da Guarda Nacional do Massachusetts, partilhou uma série de documentos confidenciais com os utilizadores de um grupo de jovens e adolescentes no site Discord. No entanto, os investigadores acreditam que não teve apenas como intenção impressionar os outros membros da plataforma de jogos online, havendo a suspeita de que o neto de portugueses estaria a planear um massacre.
Além da quantidade de armas de fogo que foram encontradas em casa dos pais de Jack Teixeira, onde residia antes de ser preso, o Departamento de Justiça dos EUA indica que o jovem publicou várias mensagens nas redes sociais, entre 2022 e 2023, nas quais dizia ter vontade de matar "uma série de pessoas", nomeadamente extinguir "mentes fracas".
Em fevereiro deste ano, dois meses antes de ser detido pelo FBI, Teixeira escreveu no grupo online no qual estava inserido que estava a tentar transformar um veículo que possuía numa "carrinha de assassinato", revelaram ainda os promotores.
O suspeito, indicam as autoridades, apresenta um histórico "preocupante" de violência, devido a comentários racistas e violentos que habitualmente fazia no grupo Thug Shaker Central, que reunia duas dezenas de jovens e adolescentes que, em comum, têm uma obsessão por armas, videojogos e Deus.
No pedido para que Teixeira não seja colocado em liberdade até que seja feita uma acusação formal, os promotores acusam o lusodescendente de obstrução à Justiça, já que tentou travar o trabalho dos investigadores quando percebeu que ia ser preso.
O jovem pediu aos restantes membros do canal online para que apagassem as mensagens que revelavam conversas violentas, tendo ainda destruído múltiplos equipamentos pessoais, incluindo um telemóvel, um tablet e uma Xbox.
Os documentos confidenciais da Defesa dos EUA começaram a ser divulgados na Internet no início deste mês, depois de um membro do grupo ter partilhado fotografias tiradas por Teixeira em outros canais, o que levou à disseminação das informações em redes socais como o Twitter.
A fuga de informação expôs que os EUA espiam frequentemente os aliados diplomáticos, revelando ainda pormenores sobre as operações que decorrem na sequência da guerra na Ucrânia.