Jane Goodall revelou o desejo de colocar líderes mundiais numa nave e "enviá-los para o espaço"

"Há pessoas de quem não gosto e que gostaria de colocar num dos foguetes de Musk e enviar para o planeta que ele está certo que irá encontrar.", são algumas das palavras proferidas por Jane Goodall, que morreu na semana passado, aos 91 anos, no novo documentário lançado pela Netflix, "Famous Last Words".

Depois de lhe perguntarem se Musk e Trump estariam incluídos na viagem só de ida, Goodall respondeu que sim. "Ele seria o anfitrião e com ele estaria o Trump e alguns dos seus apoiantes." disse. "O Putin estaria lá, o presidente Xi. Certamente, colocaria lá o Netanyahu, juntamente com o seu governo de extrema-direita. Punha-os a todos numa nave e mandava-os embora".

Numa entrevista de 2022 à MSNBC, a primatóloga já tinha tecido críticas a Donald Trump. "Exibe o mesmo tipo de comportamento de um chimpanzé macho que compete por dominância. Eles [os chimpanzés] ficam eretos, pavoneiam-se, comportam-se como se fossem maiores e mais agressivos do que realmente são, de modo a intimidar os rivais".

Estes pensamentos foram concluídos na sua última entrevista. "Os chimpanzés vêm um estranho de uma comunidade vizinha e ficam exaltados, com os pelos arrepiados, estendem a mão e tocam o outro, e ficam com expressões de raiva e medo, é contagioso e quando os outros sentem o mesmo que aquele macho, ficam todos agressivos".

Quando Falchuk, o entrevistador, perguntou se considerava que este fenómeno se aplicava aos humanos, Jane afirmou que "por vezes sim", mas que considera "que a maior parte das pessoas é decente".

Entre as últimas palavras, a primatóloga deixou também um apelo de esperança e um pedido de ação a todos. "Mesmo hoje, em tempos escuros, ainda há esperança.", foram as palavras da ativista. "Se quiserem salvar o que resta de belo no mundo, se quiserem salvar o planeta para as gerações futuras, pensem nas vossas ações diárias. Porque, multiplicadas por um milhão, até pequenas ações podem levar a grandes mudanças".