O Japão confirmou esta sexta-feira a primeira morte por mpox (varíola dos macacos), mais de um ano depois de ter sido detetado o primeiro caso de infeção no país.
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O Ministério da Saúde japonês informou que o paciente tinha 30 anos, era imunodeprimido e residia na Prefeitura de Saitama, território localizado entre 20 e 30 quilómetros a norte de Tóquio.
O país da região Ásia-Pacífico confirmou a 3 de julho de 2022 a primeira infeção por mpox - doença também conhecida como varíola dos macacos - e contabilizou 227 casos até 3 de dezembro, detalhou o Governo japonês.
A doença, relatada pela primeira vez em humanos em 1970 na República Democrática do Congo, é caracterizada por erupções cutâneas que podem ser acompanhadas por surtos de febre, dor de garganta ou dor nos gânglios linfáticos.
A Organização Mundial da Saúde declarou em maio de 2023 o fim da emergência internacional associada ao surto de mpox, após o registo de cerca 87 mil infeções em 111 países, com 140 mortes.
OMS alerta para risco de propagação
A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou para o risco de propagação internacional da epidemia da varíola "mpox" a partir da República Democrática do Congo (RDCongo), onde já se registaram mais de 13 mil casos suspeitos.
"Receamos que possa haver uma transmissão internacional" a partir da RDCongo, afirmou Rosalind Lewis, médica e especialista em varíola da OMS, numa conferência em Genebra.
Segundo Lewis, o número de casos notificados à OMS voltou a aumentar, passando de cerca de uma centena por mês entre junho e agosto para "mais de mil por mês" atualmente, apontando para os surtos na Ásia, particularmente no Japão, Vietname, China, Indonésia e Camboja, que registou o primeiro caso esta semana.
Além disto, a médica disse que a organização foi informada de uma suspeita de surto num navio de cruzeiro que navegava no Sudeste Asiático, mas afirmou não ter informações adicionais.
Mais do dobro dos casos
Vários surtos da variante IIb do vírus foram observados a partir de maio de 2022 na Europa e nos Estados Unidos, para além dos países da África Central e Ocidental, onde a doença é endémica, o que levou a OMS a declarar o nível de alerta máximo em julho de 2022.
De acordo com Lewis, neste ano já foram registados mais do dobro dos casos assinalados nos anos anteriores e mais de 600 mortes, apenas na República Democrática do Congo.
A atual epidemia na RDCongo é particularmente preocupante para a OMS, que já tinha dado o alerta no final de novembro, por o vírus estar a chegar a áreas que não são normalmente afetadas, como Kinshasa e Kivu do Sul, para além de ser a primeira vez que se verifica o contágio através de transmissão sexual de pacientes com a variante I do vírus.
"O quadro demográfico nas áreas recém-infetadas é, portanto, preocupante, porque é a primeira vez que vemos o vírus afetar mais mulheres do que homens", disse a especialista.
Segundo a OMS, desde maio de 2022, foram notificados mais de 92 mil casos em 117 países.
A doença, também conhecida como varíola dos macacos, registada pela primeira vez em humanos em 1970 na RDCongo, caracteriza-se, em particular, por erupções cutâneas nos órgãos genitais ou na boca e pode ser acompanhada de febre, dor de garganta e/ou dor nos gânglios linfáticos.