O Japão parou este domingo às 14.46 horas locais (5.46 em Portugal Continental), a mesma hora em que um forte sismo de magnitude 9,0 abalou o país, para cumprir um minuto de silêncio em memória das mais de 19 mil vítimas da tragédia.
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Os transportes públicos foram interrompidos em Tóquio e nas principais cidades do país, e o imperador Akihito, que recupera de um problema de coração, e o primeiro-ministro, Yoshihiko Noda, preparam-se para discursar numa cerimónia organizada no Teatro Nacional da capital nipónica com transmissão televisiva.
Desde as primeiras horas da manhã que as rádios e televisões japonesas transmitem programas especiais, com vários testemunhos dos que perderam familiares e amigos e da frustração perante o atraso no início dos trabalhos de reconstrução.
Nas regiões devastadas pelo pior desastre de que o Japão tem memória depois da Guerra, os sobreviventes acenderam milhares de velas em memória das vítimas.
No porto de Ishinomaki, uma "marcha da reconstrução" percorreu as principais ruas da região a partir das 10 horas locais (1 hora em Portugal Continental) em homenagem aos que perderam a vida há um ano.
Voluntários distribuíram flores às famílias das vítimas para que estas as depositem nos túmulos dos seus entes queridos.
Em Tóquio, várias pessoas estão concentradas em frente à sede da Tokyo Electric Power Company (Tepco) para protestar contra a energia nuclear, situação que se repete em Koriyama, a 60 quilómetros da central de Fukushima Daiichi, alvo do pior acidente nuclear dos últimos 25 anos causado pelo tsunami.
Mais de 340 mil pessoas vivem em situação precária no nordeste do Japão.
Os trabalhos de tratamento dos 22 milhões de toneladas de escombros acumulados nas três províncias mais afetadas pelo desastre (Miyagi, Iwate e Fukushima), menos de 10 por cento do que estava contabilizado há um ano, ainda não avançaram, devido à falta de locais de incineração e do medo da radioatividade.
Mas para as famílias de cerca de 3.200 pessoas o mais urgente é encontrar os corpos daqueles que ainda estão desaparecidos.