Japão inaugura nova agência de segurança nuclear na ressaca do desastre de Fukushima
O Japão lançou, esta segunda-feira, uma nova agência de segurança nuclear após críticas relativamente ao alegado conluio entre reguladores e os operadores das centrais nucleares que terá contribuído para o colapso da fábrica de Fukushima Dai-chi desencadeado pelo tsunami, em 2011, que ainda hoje deixa material radioativo.
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O Japão informa que a Autoridade para a Regulação Nuclear (Nuclear Regulation Authority), composta por cinco membros e dirigida pelo físico Shunichi Tanaka, entrou em funcionamento esta segunda-feira, depois de meses de adiamento devido à oposição.
Até ao tsunami de março de 2011, a energia nuclear fornecia um terço das necessidades energéticas do Japão e o objetivo era passar a ser responsável por 50% do abastecimento do país. Os nipónicos começaram a rever as suas políticas energéticas após a crise de Fukushima, que ainda hoje causa estragos.
Segundo a agência Kyodo, um grupo de investigadores localizou material radioativo a 3200 quilómetros da costa nordeste de Japão procedente da central nuclear de Fukushima, no epicentro da crise nuclear iniciada em 2011.
Para elaborar o estudo, a equipa de cientistas do Governo japonês e de um instituto da Universidade de Tóquio recolheu amostras em cerca de 300 localizações nas águas do Pacífico entre abril de 2011 e junho deste ano.
Os testes realizados indicaram a presença de até 10 becqueréis de césio radioativo por tonelada de água a 3200 quilómetros da costa, revelando um índice cinco a dez vezes superior ao registado antes do acidente nuclear.
Segundo o estudo, a contaminação radioativa encontrada no fundo do mar poderia começar a mover-se em direção ao sul devido às correntes marítimas.