O presidente da Argentina, Javier Milei, felicitou as forças de segurança pela repressão aos manifestantes que se reuniam em frente ao Congresso em Buenos Aires, que descreveu como “grupos terroristas” e acusou-os de tentarem perpetrar um “golpe de Estado”, por protestar no âmbito do debate da Lei de Bases.
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“Felicita as forças de segurança pela excelente atuação na repressão aos grupos terroristas que, com bastões, pedras e até granadas, tentaram dar um golpe de Estado, atacando o normal funcionamento do Congresso Nacional”, diz um comunicado publicado pelo gabinete do presidente na rede social X.
Milei, que enquanto a Polícia reprimia os manifestantes esteve num evento, acusou a oposição de recorrer à “metodologia de atirar mortos nas ruas, num discurso em que também chamou de “anão comunista” o governador de Buenos Aires, Axel Kicillof.
O presidente elogiou a sua ministra da Segurança, Patricia Bullrich, sustentando que "felizmente" a Argentina tem "uma grande ministra que está a pôr as ruas em ordem", como prometeram durante a campanha eleitoral, segundo o jornal "La Nación".
Bullrich destacou precisamente através de suas redes sociais que as forças foram “proteger o Congresso” e que os manifestantes “responderam com pedras e fogos”. "Respondemos imediatamente. Agora vão pagar um a um pelos danos causados (...) com uma pena que não será leve. Porque connosco, quem faz paga", ameaçou.
As forças de segurança mobilizaram esquadrões motorizados e tentaram dispersar os manifestantes com balas de borracha, bem como canhões de água misturados com corante. No meio do confronto campal, uma viatura da estação televisiva Cadena 3 foi incendiada. Esta situação resultou num balanço provisório de 30 detidos e mais de 20 agentes feridos. Além disso, vários deputados da coligação progressista Unión por la Patria (UxP) receberam tratamento por terem sido atingidos com gás pimenta.
O presidente da Câmara de Buenos Aires, Jorge Macri, garantiu que “eles não são manifestantes, são criminosos”, então vão “fazê-los pagar” pelo “caos que causaram”, afirmou.
“A Justiça tem à sua disposição as imagens das câmeras de segurança da cidade para poder identificar e prender cada um dos criminosos”, afirmou, depois de destacar que “os argentinos optaram por viver em democracia”.