O vice-presidente norte-americano, JD Vance, defendeu na quinta-feira que o conflito entre a Índia e o Paquistão "não é da conta" dos Estados Unidos, rejeitando o "envolvimento numa guerra".
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"O que podemos fazer é encorajar [a Índia e o Paquistão] a reduzir a escalada, mas não nos vamos envolver numa guerra que, fundamentalmente, não é da nossa conta", afirmou JD Vance, que visitou a Índia há poucas semanas, numa entrevista ao canal conservador Fox News.
O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, apelou a um alívio das tensões entre a Índia e o Paquistão, ambas potências nucleares, e instou Islamabad a cessar "todo o apoio a grupos terroristas".
Num telefonema com o primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros indiano, Subrahmanyam Jaishankar, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos "sublinhou a necessidade de uma redução imediata da escalada", afirmou a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, através de um comunicado.
"Manifestou o apoio dos Estados Unidos ao diálogo direto entre a Índia e o Paquistão e encorajou a continuação dos esforços para melhorar as comunicações", acrescentou a porta-voz.
Durante o telefonema com Sharif, Rubio "reiterou os seus apelos para que o Paquistão tome medidas concretas para pôr termo a todo o apoio a grupos terroristas", indicou ainda Tammy Bruce.
Na quarta-feira, o presidente norte-americano, Donald Trump, instou a Índia e o Paquistão a cessarem imediatamente as hostilidades, numa altura em que os dois países vizinhos se envolveram no mais sério confronto militar das últimas duas décadas.
A tensão entre os dois países vizinhos aumentou desde o ataque, de 22 de abril, que matou 26 turistas indianos em Pahalgam, uma cidade turística da Caxemira indiana.
A Índia acusa o Paquistão de apoiar os homens armados que levaram a cabo o ataque, acusação que Islamabad nega.
Depois de várias medidas diplomáticas e uma série de incidentes ao longo da fronteira que separa os dois países em Caxemira, Nova Deli lançou, na terça-feira à noite, ataques contra três zonas do Paquistão, que, segundo o Governo indiano, constituíam "locais terroristas", na província de Punjab.
Poucas horas depois, o Governo paquistanês anunciou ter abatido vários aviões militares indianos e, na quarta-feira de manhã, uma sequência de bombardeamentos realizados por Islamabade e Nova Deli provocou pelo menos 38 mortos, no maior confronto dos últimos 20 anos.
Um dia depois do confronto militar mais violento das últimas duas décadas entre os dois países, o ministro dos Negócios Estrangeiros indiano avisou que um novo ataque do Paquistão provocará uma "resposta muito forte" da Índia.