O partido de extrema-direita francês Frente Nacional decidiu expulsar Jean Marie Le Pen, cofundador daquela formação política, devido a declarações antissemitas.
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A decisão foi tomada pelo comité executivo do partido, liderado pela sua filha Marine Le Pen, durante um encontro em Nanterre, arredores de Paris, onde Jean Marie Le Pen participou.
Jean Marie Le Pen, 87 anos, afirmou há uns meses que as câmaras de gás dos campos de concentração nazis não são mais que "um detalhe" da história.
"A decisão completa e justificada será enviada brevemente a Jean Marie Le Pen", indicou, num breve comunicado, o partido, no qual apenas avança que a medida foi tomada pela "maioria" necessária para ser adotada.
Jean Marie Le Pen defendeu-se durante mais de três horas e no final do encontro afirmou desejar que o "polémico episódio seja uma etapa para a reunificação ativa do FN".
No encontro em Nanterre não estiveram nem a sua filha, atual presidente do partido, nem o número dois, Florian Philippot, por considerarem que as questões pessoais com o fundador não permitem que tenham uma decisão "imparcial".
"Quando me notificarem oficialmente contestarei a decisão junto das autoridades judiciais e acredito, que mais uma vez, vou voltar a ganhar", disse mais tarde Le Pen a um canal de televisão, advertindo para as consequências da decisão tomada pelo partido.
O político afirmou que quem tomou a decisão não refletiu bem sobre a "gravidade dos seus atos" e fez "cálculos errados sobre a opinião pública".
Le Pen, para quem a nova presidente do partido "não tolera a mínima oposição", admitiu que este conflito é um duelo a nível pessoal. "Sou pai e quando estas agressões injustas vêm da minha família, da minha filha, afetam-me ainda mais que quando são feitos por um adversário desconhecido", concluiu.
O partido já tinha expulsado Le Pen uma vez em maio, mas o veterano político recorreu da decisão na justiça, que lhe restitui a militância do partido pelo facto de o processo de expulsão ter sido feito de forma ilegal.