O presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, recordou o antigo governante norte-americano Jimmy Carter, que morreu domingo aos 100 anos, como "um homem de princípios, de fé e de humildade".
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"A América e o mundo perderam um extraordinário líder, estadista e humanitário", reagiu o atual chefe de Estado dos EUA com a sua mulher, Jill, num comunicado.
"Para todos aqueles que procuram saber o que significa viver uma vida de propósito e significado (...) estudem Jimmy Carter, um homem de princípios, de fé e de humildade", frisou na mesma nota.
Na mesma declaração, Biden destacou a compaixão e a clareza moral de Carter e o trabalho do antigo governante "para erradicar doenças, forjar a paz, promover os direitos civis e humanos, promover eleições livres e justas, alojar os sem-abrigo e defender os desfavorecidos", sublinhando que este deve ser "um exemplo para os outros".
Carter "mostrou que somos uma grande nação porque somos um bom povo - decente e honrado, corajoso e compassivo, humilde e forte", concluiu Biden.
"Referência moral global da democracia e dos direitos humanos"
O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, tambem manifestou pesar pela morte de Carter, recordando uma "referência moral global da democracia e dos direitos humanos".
Numa mensagem publicada no X (antigo Twitter), afirmou ter sido "com pesar que soube da morte do presidente Jimmy Carter, prémio Nobel da Paz 2002".
"É e será uma referência moral global da democracia e dos direitos humanos. Apresento condolências à família, ao Presidente dos Estados Unidos da América e ao povo americano", lê-se na mensagem.
"Apoio simbólico" à consolidação democrática em Portugal
Marcelo Rebelo de Sousa também reagiu à morte do antigo presidente dos EUA, recordando o seu "apoio simbólico" à consolidação democrática em Portugal.
Numa nota divulgada na página oficial da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa refere que enviou ao seu homólogo dos Estados Unidos da América, Joe Biden, "uma mensagem de sentidas condolências" pelo falecimento de Jimmy Carter, aos 100 anos.
Nessa mensagem, lê-se na nota, Marcelo Rebelo de Sousa "destacou os esforços incansáveis de Jimmy Carter na promoção dos direitos humanos e da paz na cena internacional, temas a que dedicou parte significativa da sua vida após a conclusão da sua presidência e nos anos finais da sua vida".
"Invocou ainda o apoio simbólico de Jimmy Carter, e da sua administração, à consolidação democrática em Portugal", refere-se.
Na nota, Marcelo afirma ainda que, "nesta hora de pesar", se junta a "todos os que lembram com admiração a vida de Jimmy Carter e o seu contributo em prol da humanidade".
"Dívida de gratidão"
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, lamentou a morte do ex-presidente democrata Jimmy Carter, a quem diz que os norte-americanos devem gratidão.
"Os desafios que Jimmy enfrentou como presidente vieram num momento crucial para o nosso país e ele fez tudo ao seu alcance para melhorar a vida de todos os americanos. Por isso, todos temos com ele uma dívida de gratidão", sublinhou Trump na rede social Truth.
"Melania (a sua mulher) e eu pensamos com carinho na família Carter e nos seus entes queridos neste momento difícil", disse Trump, que assumirá o cargo para um segundo mandato em 20 de janeiro.
"Salvou inúmeras vidas"
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) defendeu que Carter "salvou inúmeras vidas" graças à sua ação para eliminar doenças. O responsável acrescentou ter ficado "profundamente triste" ao saber da morte de Jimmy Carter, e que "o seu trabalho no Carter Center salvou inúmeras vidas e aproximou muitas doenças tropicais negligenciadas da eliminação".
"Um verdadeiro líder que inspirou tantas pessoas", escreveu Tedros numa mensagem na rede social X, exaltando o "compromisso inabalável" de Carter "com o bem-estar das pessoas nos Estados Unidos e em todo o mundo", que ficará "para sempre na memória".
Legado na defesa dos direitos e dignidade humana
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, recordou o legado na defesa dos direitos e dignidade humana de Jimmy Carter. "O presidente Jimmy Carter colocou os direitos humanos, a dignidade humana e a paz no centro da sua vida política", escreveu Costa na sua conta na rede social X (ex-Twitter).
O seu legado, acrescentou o ex-primeiro-ministro português, "é uma inspiração".
Também a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, recordou Carter como o "incansável defensor da paz e dos direitos humanos", sendo o Nobel da Paz "o testemunho do seu papel decisivo na resolução de conflitos que mudaram o curso da história".
"O seu legado perdurará, sendo uma inspiração para muitos em todo o mundo", escreveu na sua conta na rede social X, concluindo que "a Europa está de luto".
Panamá lembra que lhe devolveu controlo do canal e outros países lamentam morte
O Governo do Panamá expressou "profundas condolências ao povo dos Estados Unidos" pela morte, domingo, do ex-presidente Jimmy Carter, e agradeceu a sua "liderança crucial" na assinatura dos tratados que devolveram o controlo do canal do Panamá ao país.
"O seu mandato na Casa Branca marcou tempos complexos, que para o Panamá foram cruciais para negociar e concordar com os Tratados Torrijos-Carter em 1977, com os quais a transferência do Canal para as mãos panamenhas e a plena soberania do nosso país foi alcançada", escreveu o Presidente José Raúl Mulino na rede social X.
"Apresento condolências à família, ao povo e ao Governo dos Estados Unidos pela morte do ex-Presidente Jimmy Carter", declarou o chefe de Estado no início da mensagem que termina com a frase "Paz à sua alma".
A Venezuela juntou-se aos muitos países que já prestaram homenagem ao ex-presidente e lamentou também a morte de Carter, a quem o governo de Nicolás Maduro lembrou como um "homem de compromisso demonstrado com a paz e o diálogo".
Através de um comunicado, o Governo venezuelano expressou as suas "mais sinceras condolências" à família e amigos de Carter, e referiu que a "sua visão e compromisso com a democracia em momentos sensíveis para a Venezuela contribuíram para desmantelar as tentativas de desestabilização e intolerância da ultradireita e do golpe de Estado, razão pela qual a Venezuela se lembrará dele com gratidão".
O chefe de Estado cubano, Miguel Díaz-Canel, agradeceu a Jimmy Carter pelos seus esforços para melhorar as relações entre o seu país e os Estados Unidos.
Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, destacou, por seu turno, o legado político do ex-Presidente norte-americano e definiu-o como um "irmão", "um amigo inesquecível" da América e um governante que "soube tentar uma política respeitosa e amigável" com outros países.