Jojutla é um município de Morelos com 25 mil habitantes. Aqui, onde a força do sismo foi sentida como em mais nenhum lado, quase nenhum teto restou.
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O sismo de magnitude 7.1 na escala de Richter deixou na terça-feira um rasto de dor e sofrimento
em seis zonas do centro e do sul do México. Os registos de mortos aumentam de dia para dia e os danos materiais são ainda incalculáveis. Mas se, na Cidade do México, que tem cerca de 20 milhões de habitantes, as autoridades dão conta de mais de uma centena de vítimas mortais, existe uma cidade que ficou praticamente reduzida a pó, conta o jornal espanhol "El País".
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Em Jojutla, a 70 Km do epicentro do terramoto, o cenário assemelha-se à "zona zero". Sem estruturas e somando quase um terço do número oficial de mortos (a chegar aos 300), a cidade precisa de ajuda urgente. Enquanto todos os esforços se concentram na Cidade do México, os pedidos de ajuda atravessam a rede social Twitter, alertando que os militares mobilizados para Jojutla não são suficientes.
Dos edifícios que resistiram poucos são os que não aparentam querer desabar a qualquer momento. "A minha cidade caiu. Esta é uma zona de desastre", são as palavras que descrevem um povoado que contabiliza cerca de três centenas de casas em escombros e mais de dois mil imóveis danificados.
Percebe-se, depois de o "pó assentar", que a cidade não passa de um monte de escombros. Uma das urbanizações mais afetadas pelo sismo foi a Emiliano Zapata. Apenas uma casa resistiu ao abanão e a paisagem é quase apocalíptica. A cidade, que já conta com seis albergues, continua a desesperar por ajuda.
O Presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, visitou Jojutla na quarta-feira e comprometeu-se a requerer um censo para determinar os efeitos reais do desastre. Esta avaliação permitirá classificar oficialmente a cidade como "zona de desastre" e acelerar o processo de intervenção da ajuda federal. O medo de pilhagens assola agora a população, que passa as noites em frente aos destroços das suas casas. "Hoje durmo aqui, não vá algum ladrão tentar aproveitar-se", conta uma testemunha.