Um jornalista foi morto a tiro no sul das Filipinas, esta segunda-feira, juntando-se a uma longa lista de profissionais dos meios de comunicação assassinados num país classificado entre os mais perigosos para os jornalistas.
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Segovia, que abordava "questões sociais, governação local e preocupações da comunidade" no seu popular programa matinal, foi morto a tiro pouco depois de sair da Rádio WOW, na cidade de Bislig, na ilha de Mindanao.
O motivo e a identidade da pessoa que atacou Erwin Segovia, de 63 anos, não foram divulgados. O atirador era um dos dois suspeitos vistos por testemunhas numa mota, de acordo com uma “task force” presidencial que investiga ataques a jornalistas.
Com 147 assassinatos de jornalistas entre 1998 e 2024, o Comité para a Proteção dos Jornalistas, o órgão de supervisão do setor, com sede em Nova Iorque, descreve as Filipinas como um dos seis países "consistentemente mortais" para os jornalistas.
No mês passado, a “task-force” filipina relatou o tiroteio fatal noutra zona de Mindanao, contra o ex-locutor de rádio Ali Macalintal, que "pode estar ligado ao trabalho anterior da vítima nos meios de comunicação social".
"A segurança dos jornalistas continua a ser uma prioridade para o governo, e a justiça para as vítimas de violência relacionada com os meios de comunicação continua a ser uma preocupação nacional", disse o diretor-executivo da “task-force”, José Torres, em comunicado.
A maioria dos jornalistas mortos nas Filipinas reside em zonas provinciais, onde correm o risco de irritar personalidades poderosas com a sua cobertura. Poucos suspeitos são processados e condenados.
Em 2009, 58 profissionais dos meios de comunicação foram raptados e assassinados em Mindanao por membros de um poderoso clã político, enquanto cobriam uma disputa eleitoral local. Membros importantes do clã foram condenados por múltiplos assassinatos uma década depois.