A televisão estatal egípcia permitiu, pela primeira vez na sua história, que uma jornalista velada apresentasse o noticiário, dois meses depois de o islamita Mohamed Mursi chegar à presidência do país.
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Fatma Nabil, a jornalista que protagonizou um feito ao aparecer, domingo, no ecrã com o "hijab" (véu islâmico), considerou que, com este passo, se corrige "uma situação estranha e anormal" no Egito, onde a maioria das mulheres usa véu.
"A jornalista velada era discriminada", afirmou Fatma Nabil, condenando a política seguida pela televisão estatal egípcia desde a sua fundação, há 50 anos, assumindo a imagem liberal que o regime de Hosni Mubarak projetava.
O aparecimento de Fatma Nabil com véu nos ecrãs da televisão pública, Al Ula (A Primeira), ao lado de um jornalista copta (minoria cristã do Egito), aconteceu no dia seguinte ao ministro egípcio da Informação, Salah Abdel Maqsud, ter aberto esta possibilidade ao afirmar numa entrevista televisiva que várias jornalistas veladas iriam aparecer nos noticiários televisivos.
O diretor de informação da Al Ula, Ibrahim al Sayad, afirmou em declarações à estação do Qatar, Al Jazeera, que esta mudança "é uma vitória da Revolução de 25 de Janeiro, uma liberdade individual e um direito previsto na constituição".
De acordo com a agência de notícias oficial egípcia, Mena, outras jornalistas aparecerão com o véu na mesma e em outras estações públicas de televisão nos próximos dias.