Dois jornalistas norte-americanos foram detidos, quarta-feira ao final do dia, em Ferguson, Missouri, onde há vários dias decorrem motins relacionados com a morte de um jovem negro provocada por um agente da polícia. A detenção está a indignar os média do país.
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Ryan Reilly, do "Huffington Post", e Wesley Lowey, do "Washington Post", estavam a trabalhar num McDonalds, quando foram abordados por uma equipa SWAT (força especial existente nos departamentos de polícia do país), que lhes ordenou que saíssem do espaço e que não gravassem o que estava a acontecer dentro do restaurante.
Como os jornalistas se recusaram a parar de gravar a ação policial (conforme lhes é permitido pela lei norte-americana, adiantam as publicações para que trabalham), foram detidos com algumas violência.
"Lowery foi empurrado contra uma máquina de bebidas. Um outro agente atirou a cabeça de Reilly contra um vidro", escreve o "Huffington Post". Meia-hora depois da detenção, os dois jornalistas foram libertados sem acusações ou qualquer registo oficial do que tinha acontecido.
Os motins em Ferguson acontecem há vários dias, depois de Michael Brown, um jovem negro, ter sido morto por um agente da polícia.
O caso da detenção é o culminar de várias situações em que a polícia tem antagonizado o trabalho dos repórteres no terreno. Há relatos de ameaças e de arremesso de gás lacrimogéneo contra quem está a fazer a cobertura noticiosa no local e manifestantes, mesmo que pacíficos.
Um caso foi denunciado quando uma senadora estadual interveio durante uma conferência de imprensa do chefe da polícia local, perguntando por que razão ela mesmo tinha sido alvo de um ataque com gás lacrimogéneo quando participava numa vigília pacífica.
Este caso volta a levantar questões sobre a crescente militarização das forças policiais nos EUA.