
Greve pode refletir-se na edição impressa dos jornais na quita e na sexta-feira
Foto: brotiN biswaS / Pexels
Jornalistas do jornal britânico "The Guardian" e do "The Observer" estão em greve esta quarta e quinta-feira, em protesto contra a possibilidade da venda do "The Observer" à Tortoise Media.
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A proposta de venda surgiu em setembro deste ano e a Tortoise, dirigida por James Harding, pretende continuar a publicar o "The Observer" ao domingo e reforçar a presença digital do título. O antigo editor do "Times" e ex-diretor da BBC News apresentou ainda planos para criar podcasts, boletins informativos e eventos ao vivo da empresa.
Já o Sindicato Nacional de Jornalistas aprovou uma moção em outubro, onde afirmava que a venda do "The Observer" à Tortoise seria uma "traição" ao compromisso da Scott Trust - empresa proprietária do Guardian Media Group - para com o jornal.
James Harding informou os trabalhadores do jornal semanal que podem optar por um despedimento voluntário em condições mais vantajosas ou, no caso de quererem acompanhar a transição da empresa, a Tortoise manteria os termos e condições atuais.
"Durante todo o processo, o nosso objetivo foi sempre fazer o que é correto para os leitores e funcionários do 'The Guardian' e do 'The Observer', de modo a que ambos os títulos continuem a promover jornalismo livre e a prosperar no futuro. Isto tem estado na linha da frente das nossas discussões enquanto direção", salientou Ole Jacob Sunde, presidente da Scott Trust e diretor do jornal.
O dirigente explicou ainda que, no acordo proposto, a Scott Trust se manteria como proprietária parcial do "The Observer" e que os novos proprietários teriam de adotar os valores da independência editorial, liberdade de imprensa e jornalismo isento que fazem parte do jornal desde que o Guardian Media Group o comprou em 1993.
A greve, que é a primeira nos últimos 50 anos por parte dos jornalistas do "The Guardian", poderá ter implicações nos sites de ambos os jornais e nas edições impressas de quinta e sexta-feira.
Um porta-voz do "The Guardian" garante que há um "plano para minimizar o impacto da greve" e que o jornal vai continuar "a publicar online e a produzir a edição impressa como habitualmente".

