Josep Borrel, chefe da diplomacia europeia, considerou, esta quinta-feira, que o Médio Oriente está perto de uma guerra total face à escalada de conflitos na região.
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O alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança e vice-presidente da Comissão Europeia, falava antes da abertura do VI Foro La Toja, que se realiza até sábado, na ilha de A Toxa, em O Grove, Galiza, e onde será a figura homenageada desta edição do evento com o prémio Josep Piqué (fundador falecido).
“Perguntam se já estamos plenamente numa guerra. Ainda não. Felizmente, ainda não, mas estamos perto”, declarou Borrel, em resposta aos jornalistas, numa conferência de imprensa, que antecede a abertura esta tarde do fórum de debate político e económico, que se realiza naquela ilha galega há seis anos. E onde também deixou um apelo em nome da União Europeia para que “não se ataquem instalações nucleares”.
“São ataques extremadamente perigosos e podem provocar efeitos incalculáveis e empurrar ainda mais a escalada bélica na região”, considerou Josep Borrel, que hoje também voltou a condenar a escalada de conflitos no Médio Oriente e apelou que não sejam atacadas instalações nucleares. “Com a intervenção do Irão nas últimas horas, corremos o risco de uma extensão regional da guerra. A primeira mensagem que quero passar hoje é: a firme petição e exigência da União Europeia para que não se ataquem instalações nucleares. Esses ataques são extremamente perigosos e têm um grave potencial de criar consequências de uma dimensão incalculável”, disse, sublinhando: “Não faria mais do que empurrar ainda mais a escalada de guerra na região”.
Na ilha de A Toxa, Borrel voltou a reiterar apoio total a António Guterres, depois de Israel ter considerado o secretário-Geral das Nações Unidas “persona non grata”. “Apoiamos as Nações Unidas, o seu Secretário-geral, lamentamos a decisão anunciada pelas autoridades israelitas e ainda mais a morte de quase 300 trabalhadores dos organismos das Nações Unidades, enquanto desempenhavam a sua tarefa humanitária “, frisou.
O rei de Espanha presidirá durante a tarde de hoje à inauguração do VI Foro La Toja, que se realiza até este sábado, com temas da atualidade como os conflitos no Médio Oriente e a crise migratória, e também competitividade europeia, em cima da mesa. Filipe VI entregará o galardão de homenagem a Josep Borrel. E depois disso, o ex-primeiro-ministro português, eleito presidente do Conselho Europeu, António Costa, participará num dos momentos mais emblemáticos, de todos os anos, do fórum galego: a conversa entre os ex-presidentes do Governo espanhol, Felipe González e Mariano Rajoy, que este ano versará o futuro da Europa.