Um rapaz de 13 anos, autista, foi atingido a tiro várias vezes por um agente da Polícia, no Utah, EUA, depois de a mãe ter ligado para o 112, pedindo ajuda para o filho.
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O caso aconteceu na cidade de Glendale, na passada sexta-feira. Linden Cameron, diagnosticado com Síndrome de Asperger, uma forma de autismo, estava a sofrer uma crise porque a mãe voltava ao trabalho naquele dia, ao fim de quase um ano em casa. Golda Barton contactou o 911 (equivalente ao europeu 112), na tentativa de ajudar o filho a lidar com a "ansiedade provocada pela separação", contou à imprensa local, garantindo ter dito ao operador que a atendeu que Linden precisava de ser transportado urgentemente para o hospital. "Eu disse que ele não estava armado, que não tinha nada em seu poder, que só ficava incomodado e começava a gritar. É uma criança, precisa de atenção, não sabe ter controlo", explicou.
Mas o que aconteceu foi inesperado: chegando ao local, um dos agentes da Polícia mobilizados disparou várias vezes contra o rapaz que, diz a mãe, está internado no hospital em estado grave. Citada pela imprensa local, Golda Barton disse que acreditava que as autoridades iriam usam "a mínima força possível" para controlarem a crise que o jovem estava a sofrer.
De acordo o "The Washington Post", 1254 pessoas com doenças mentais foram mortas a tiro pela Polícia, nos EUA, desde o início de 2015. O número representa 22% de todas as pessoas mortalmente baleadas pelas autoridades, durante esse período.
A atuação dos polícias já está a ser investigada a nível interno. Em conferência de imprensa, o responsável pela Polícia de Salt Lake City, Keith Horrocks, garantiu que as autoridades foram chamadas para um "episódio psicológico violento" envolvendo um rapaz que teria feito "ameaças a algumas pessoas com uma arma", embora não houvesse sinal de que estaria armado quando os agentes chegaram ao local. O jovem foi atingido a tiro por um agente quando tentava fugir a pé, acrescentou.
De acordo com a página de angariação de fundos online, entretanto criada para arrecadar dinheiro para pagar as despesas médicas do rapaz, Linden Cameron sofreu "ferimentos no ombro, tornozelos, intestinos e bexiga". "Os efeitos de longo prazo dos seus ferimentos ainda são desconhecidos, mas é provável que a recuperação seja longa e exija vários tipos de tratamento", pode ler-se na página, criada por um amigo da família.