Um estudante foi morto e cinco ficaram feridos no Chade, quando soldados dispersaram a tiro mais uma manifestação no país por causa da violação em grupo de uma rapariga.
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"Os soldados dispararam sobre os estudantes, fazendo um morto e cinco feridos", disse um funcionário do hospital da cidade de Faya Largeau, no norte do Chade, citado pela agência de notícias francesa AFP.
O estudante do ensino secundário foi o segundo jovem manifestante morto numa semana de agitação que se seguiu à violação, cujas repercussões se estendem a familiares de altas figuras no poder.
Na passada quinta-feira, o Governo chadiano proibiu manifestações não autorizadas, tendo o ministro da Segurança acusado os estudantes de "semear a desordem" e dito que eles "estavam a ser manipulados por grupos políticos".
Essa proibição ocorreu depois de a polícia ter usado gás lacrimogéneo para dispersar na capital, N'Djamena, um grupo de estudantes do ensino secundário que tentava protestar contra a morte de um manifestante num anterior protesto realizado contra a violação em grupo.
Os distúrbios começaram depois de uma rapariga chamada Zouhoura ter sido alegadamente raptada e violada por cinco jovens que depois divulgaram um vídeo na internet em que se via a vítima nua e a chorar. O vídeo foi posteriormente retirado.
Perante a indignação generalizada, cinco homens - três deles, filhos de generais - foram detidos, bem como quatro alegados cúmplices, incluindo um filho do ministro dos Negócios Estrangeiros, Moussa Faki Mahamat.
O pai de Zouhoura apresentou queixa e é candidato às eleições presidenciais do país, que se realizam a 10 de abril.