Jovem viciado em cigarros eletrónicos desde os 13 anos internado com "pulmões de idoso"
Draven Hatfield começou a fumar cigarros eletrónicos com apenas 13 anos de idade, por achar que a tendência era ''interessante''. Aos 19, foi levado ao hospital para fazer uma cirurgia no pulmão depois de o órgão sofrer quatro colapsos seguidos.
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O adolescente de West Virginia, nos Estados Unidos, foi submetido a uma cirurgia de emergência com apenas 19 anos, após ser diagnosticado com pneumotórax espontâneo. Os médicos apontam o cigarro eletrónico como o principal culpado para a evolução do quadro clínico.
Draven Hatfield afirma que experimentou o primeiro cigarro eletrónico aos 13 anos. Aos poucos, passou a consumir modelos maiores e mais potentes do que os tradicionais, até trocá-los pelas versões descartáveis. Em 2021, quando foi hospitalizado pela primeira vez, o estudante fumava pelo menos uma unidade do produto por dia, sendo que o período de utilização normal varia entre dois e quatro dias.
Segundo a equipa médica, os pulmões de Draven eram semelhantes ao de um homem que fumava três maços de cigarros por dia há pelo menos 30 anos. ''Durante um período, fumei o cigarro tradicional em conjunto com o eletrónico, provavelmente cerca de um mês e meio, e então parei", revela o rapaz.
O diagnóstico de pneumotórax espontâneo aconteceu quando o jovem tinha apenas 17 anos, após chegar ao hospital com queixas de fortes dores e cãibras do lado esquerdo do peito. Neste caso, o pulmão é invadido por bolhas de ar que se rompem e enchem o órgão, o que dificulta a respiração.
Este é o primeiro estágio para o eventual colapso do pulmão, afirmam os profissionais de saúde. Outros sintomas são tosse, batimentos cardíacos acelerados e fadiga.
Draven decidiu parar de fumar em dezembro de 2021, dois meses após o diagnóstico, quando o pulmão direito também foi comprometido pelo vício. "Eu senti um estalo e, como já havia passado por isto, eu sabia o que era. Respirava de forma diferente e todas as vezes que eu engolia, sentia um pequeno beliscão", disse, citado pelo jornal "The Mirror".
Mesmo após abandonar o vício, os pulmões do jovem ainda falhariam mais uma vez, em fevereiro de 2022, enquanto estava na escola. Os médicos tiveram de realizar uma cirurgia para remover as bolsas de ar do pulmão direito. Hoje, Draven está fora de perigo, apesar das sequelas com que fica marcado para o resto da vida. Na Internet, leva a cabo campanhas de sensibilização, para impedir que outras pessoas tenham o mesmo destino.
O Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS) mostra que um em cada dez alunos do ensino secundário utiliza cigarros eletrónicos de forma regular em Inglaterra. Nos Estados Unidos, os mesmos números abrangem também as crianças do ensino básico.
De acordo com o jornal brasileiro ''O Globo'', os especialistas culpam as redes sociais pelo aumento do número de utilizadores do cigarro eletrónico. A "glamourização" do dispositivo, em conjunto com a facilidade de comprá-los pelo ''TikTok'' ou ''Instagram'', acabam por ser os grandes atrativos para a geração mais nova.