O líder opositor venezuelano Juan Guaidó anunciou que está infetado com covid-19 e a cumprir quarentena, insistindo ser urgente a imunização total da população.
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"Quero informar responsavelmente o país que, após quatro dias de quarentena, como resultado de algum mal-estar e apesar de ter tomado precauções, recebi um teste positivo para a covid-19", anunciou, no sábado, na conta da rede social Twitter.
Juan Guaidó indicou que "o pico de contágios" está a aumentar no país, onde se regista "a maior taxa de médicos falecidos" na América do Sul.
"Isso podia ter sido evitado, e deve deter-se, com a implementação de um programa de vacinação sério e responsável", sublinhou.
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Guaidó destacou ser "urgente que as vacinas contra a covid-19 entrem na Venezuela" e reiterou que continua a desenvolver esforços "para que isso aconteça".
O líder opositor acrescentou que vai manter os venezuelanos informados sobre o processo de recuperação. "Sei que juntos superaremos a pandemia e a emergência", concluiu.
Na sexta-feira, a oposição venezuelana advertiu que vai recorrer para o Tribunal Penal Internacional (TPI) se o Governo impedir a entrada no país de 12 milhões de vacinas da AstraZeneca pedidas ao mecanismo Covax.
O acordo com o Fundo de Acesso Global para Vacinas Covid-19 (Covax) "vai permitir salvar muitas vidas (...) negar a imunização da população venezuelana ao vírus é uma causa adicional para que o regime seja julgado no TPI", afirmou o opositor e deputado William Barrientos, numa conferência de imprensa virtual.
A oposição venezuelana reiterou que a vacina da AstraZeneca não representa um risco para a população, depois de, em 16 de março, a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, anunciar que a vacina da AstraZeneca não vai ser autorizada, devido aos efeitos secundários ocorridos nos pacientes.
Em 22 de março, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, decretou duas semanas de "quarentena radical", até depois da Páscoa, para tentar travar a propagação local da variante do novo coronavírus detetada no Brasil.
A Venezuela contabilizou 1.543 mortes e 154.905 casos da covid-19, desde o início da deteção da doença no país, em março de 2020.
Em 2 de março, o país recebeu meio milhão de doses de vacinas da farmacêutica estatal chinesa Sinopharm, depois de ter recebido, em fevereiro, as primeiras 100 mil doses da vacina russa.
De acordo com a Academia de Medicina da Venezuela, o país necessita de 30 milhões de vacinas para 15 milhões de pessoas, 3,5 milhões das quais pessoal prioritário.