O juiz espanhol Pablo Ruz, que instrui o caso de financiamento ilegal no Partido Popular, decidiu, esta quinta-feira, manter o ex-tesoureiro da formação, Luis Bárcenas, em prisão preventiva, uma vez que "permanecem claramente vigentes os riscos de fuga".
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O magistrado da Audiência Nacional rejeitou, assim, o pedido de liberdade interposto este mês pela defesa do antigo gerente "popular", que argumentava que Bárcenas deveria sair da prisão por estar a colaborar com a Justiça.
A decisão de Ruz surge precisamente numa semana em que a situação do ex-tesoureiro na prisão de Soto del Real levantou controvérsia, após a divulgação televisiva de um vídeo que mostra imagens do dia-a-dia de Bárcenas na cadeia.
Através do advogado, Gomes de Liaño, o ex-gerente do PP reagiu, afirmando que as imagens gravadas ilegalmente constituem uma violação da sua intimidade, motivo pelo qual se nega a sair da cela.
No mesmo dia, o juiz Pablo Ruz emitiu ainda uma nota sobre o caso da destruição dos discos duros dos computadores que Luis Bárcenas utilizava na sede do PP, em Madrid.
O magistrado considera que a atuação dos responsáveis do partido que ordenaram a eliminação daquele material informático pode constituir um delito de "encobrimento" ou de "danos informáticos".
Recorde-se que quando o Partido Popular respondeu, em agosto deste ano, ao pedido do juiz e entregou em tribunal os portáteis do ex-tesoureiro, se verificou que ambos os discos duros haviam sido previamente destruídos.
Segundo o advogado de Bárcenas, naqueles dispositivos encontravam-se gravações e "imagens de pessoas que visitavam a sede" do PP, o que poderia estar relacionado com as suspeitas de doações irregulares feitas por empresários ao partido.
Pablo Ruz optou, no entanto, por separar este caso da peça central da investigação e enviá-lo para um outro tribunal.