O juiz Alexandre de Morais, do Supremo Tribunal Federal brasileiro, suspendeu a nomeação de Alexandre Ramagem para diretor-geral da Polícia Federal, numa decisão provisória após uma ação do Partido Democrático Trabalhista.
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"Defiro a medida liminar para suspender a eficácia do Decreto de 27/4/2020 (DOU de 28/4/2020, Secção 2, p. 1) no que se refere à nomeação e posse de Alexandre Ramagem Rodrigues para o cargo de Diretor-Geral da Polícia Federal", refere o juiz no despacho.
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Alexandre Ramagem é delegado da Polícia Federal desde 2005 e já ocupou diversos cargos dentro da corporação. Em 2018, assumiu a coordenação de segurança da campanha presidencial de Jair Bolsonaro, tornando-se seu amigo próximo e dos seus filhos.
O Partido Democrático Trabalhista (PDT) e outros partidos da oposição tentam impedir a sua nomeação, com base em informações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que declarou publicamente que Bolsonaro despediu o antigo chefe da Polícia Federal Maurício Valeixo para interferir politicamente nas investigações realizadas pela corporação.
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Após ter lançado estas acusações contra Jair Bolsonaro, Moro anunciou que iria remeter ao presidente a sua carta de demissão.
A suspeita levantada pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública é de que o chefe de Estado do Brasil tentou interferir na Polícia Federal para obter informações sobre investigações sigilosas em inquéritos que envolvem os seus filhos e aliados próximos.
Já Bolsonaro negou que tenha praticado qualquer interferência política naquele órgão e acusou o ex-ministro de o pressionar para ocupar uma cadeira de juiz no Supremo Tribunal Federal (STF), que ficará vaga em novembro.
As declarações de Sergio Moro levaram o procurador-geral da República, Augusto Aras, a pedir uma investigação para apurar as denúncias, já autorizada pelo STF.