Julian Assange foi apontado para candidato a Nobel da Paz de 2024. Pelos serviços à Democracia, por "expor os crimes de guerra do Ocidente".
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A deputada do Partido Vermelho, na Noruega, Sofie Marhaug propôs a indicação de Julian Assange para os nomeados para o Prémio Nobel da Paz de 2024.
"Assange expôs os crimes de guerra do Ocidente e contribuiu assim para a paz. Se queremos evitar a guerra, então temos de saber a verdade sobre os danos que a guerra provoca", argumentou Sofie Marhaug. Citada pelo jornal norueguês "Dagbladet", a deputada do Partido Vermelho justifica a ideia de nomear o fundador do Wikileaks. "Ao atribuir o prémio da paz a Assange, o Instituto Nobel envia uma mensagem clara de que não aceitamos dois pesos e duas medidas", disse.
"Assange deveria ser elogiado pela sua contribuição para a paz", acrescentou a deputada norueguesa, acrescentando que, em vez disso, está a ser alvo de perseguição política, em referência ao prcoisso judicial de extradição para os EUA, que um tribunal de Londres começou a avaliar esta terça-feira.
Dois magistrados do Tribunal Superior [High Court] vão rever, entre hoje amanhã, a possibilidade de o fundador do WikiLeaks recorrer do pedido de extradição para os Estados Unidos, onde é judicialmente perseguido pela divulgação maciça de documentos confidenciais.
O advogado do fundador do Wikileaks alegou, perante o Tribunal Superior de Londres, que o cliente não deve ser extraditado para os Estados Unidos, porque está a ser processado por "crimes políticos". Segundo Edward Fitzgerald, existe um "risco real" de violação "flagrante" dos direitos fundamentais de Julian Assange.
O governo britânico autorizou a transferência de Assange para os EUA em junho de 2022, mas o fundador do WikiLeaks está a tentar todas as vias possíveis para impedir a transferência. Os juízes devem agora determinar se o caso merece uma nova análise ou se está encerrado, o que deixaria o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos como última alternativa.
As audiências começaram esta terça-feira e vão prolongar-se por dois dias, sem a presença do fundador da Wikileaks, que esteve ausente por razões médicas. A mulher de Assange, Stella, participou numa manifestação no exterior do tribunal. "Não há qualquer hipótese de ter um julgamento justo se for extraditado para os EUA", disse aos jornalistas.
“Esta farsa tem de acabar", disse Stella. Segundo os apoiantes, permitir a extradição de Assange seria "criminalizar o jornalismo de investigação", uma vez que as acusações têm origem em material secreto publicado em 2020 e 2021 pela Wikileaks.
"É um ataque à verdade e ao direito do público de ser informado", afirmou Stella Assange. O Fundador da Wikileaks enfrenta uma série de acusações por violar a Lei de Espionagem dos EUA e arrisca-se a uma pena de até 175 anos numa prisão de segurança máxima.