Muammar Kadafi criticou, esta quinta-feira, a "guerra psicológica e mentiras" referentes às especulações sobre a sua eventual fuga da Líbia para o vizinho Níger, numa mensagem sonora divulgada pela televisão síria Arrai.
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"Tudo o que resta é a guerra psicológica e as mentiras. Disseram ter visto recentemente Kadafi num veículo rumo ao Níger", declarou o coronel líbio na mensagem sonora . "Quantos veículos de traficantes de bens e pessoas entram no deserto todos os dias para o Sudão, Chade, Mali e Argélia. Como se fosse a primeira vez que um veículo se dirige para o Níger!", ironizou.
Dirigindo-se aos líbios, Kadafi acrescentou: "Eles querem enfraquecer a vossa moral, não se preocupem com este inimigo fraco e ignóbil".
Muammar Kadafi, que se encontra em parte incerta, garantiu que a "NATO será vencida", uma vez que as "suas capacidades materiais não a permitem continuar" a intervir. "Estamos prontos para Trípoli e para intensificar os ataques contra os ratos e os mercenários, que são uma matilha de cães", reiterou.
A passagem na segunda-feira de um grupo de viaturas civis e militares da Líbia para Agadez, uma cidade no norte do Níger, alimentou as especulações sobre uma eventual fuga de Kadafi.
Desde a entrada dos rebeldes em Trípoli, em Agosto, que Kadafi apelou por várias vezes, através de mensagens sonoras divulgadas pela televisão Arrai, à "resistência" dos seus aliados.
As últimas imagens de Kadafi remontam a 12 de Junho.
Níger não decidiu se dará asilo a Kadafi
O Níger ainda está a ponderar se dará asilo a Muammar Kadafi ou se entregará o coronel líbio ao Tribunal Penal Internacional se aquele escolher o país para se refugiar, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros. Numa entrevista à BBC, Mohamed Bazoum explicou que essa decisão será tomada mais tarde.
Garantiu ainda que Kadafi e o seu filho não se encontram no Níger. "Não há notícias sobre Kadafi no Níger, não temos notícias dele, não é verdade que ele tenha tentado entrar no Níger ou que tenha entrado", afirmou.
Quanto aos aliados de Kadafi, Mohamed Baoum salientou que o Níger "disse-lhes que os aceitava no seu território por razões humanitárias, mas que têm de respeitar a lei internacional" e que o país "não tem meios de fechar a sua fronteira" com a Líbia por ser "demasiado grande".