Muammar Kadafi classificou de "farsa" os acontecimentos em curso na Líbia, com os rebeldes a preparar a formação de um Governo, e apelou aos líbios para "não acreditarem" numa mudança de regime.
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As declarações do líder líbio deposto passaram na televisão árabe Arrai, com sede na Síria. "O que se passa na Líbia é uma farsa, que só acontece graças aos bombardeamentos aéreos, que não vão durar para sempre", diz Muammar Kadafi, num registo áudio difundido por aquele canal de TV.
"Não se regozijem e não acreditem que um regime foi deposto e outro foi imposto com a ajuda de ataques aéreos e marítimos", diz, ainda, Kadafi, que está desaparecido desde que os rebeldes tomaram a capital Tripoli.
"É difícil depor o regime porque representa milhões de líbios", adiantou, afirmando que "todas as tribos líbias comunicaram à NATO que ninguém representa o povo líbio".
Kadafi defendeu que "o único poder legítimo é o do povo e dos comités populares e qualquer outro (poder) é nulo e ilegítimo".
"Eu não exerço o poder desde 1977 quando entreguei o poder ao povo, marcando assim a criação da República de massas", adiantou.
A cadeia de televisão árabe Arrai é o último «media» a receber mensagens de Muammar Kadafi, em fuga desde a queda do quartel-general de Tripoli a 23 de Agosto.
Na anterior mensagem sonora, difundida a 8 de Setembro pela Arrai, Kadafi criticou violentamente "a guerra psicológica e as mentiras" referentes às especulações sobre a sua eventual fuga para o vizinho Níger.
A 12 de Setembro, o antigo deputado sunita iraquiano Michane al-Juburi, instalado em Damasco, leu uma outra mensagem atribuída ao líder deposto.