A atual vice-presidente dos Estado Unidos agradeceu o apoio expresso por Joe Biden - que hoje desistiu da corrida à Casa Branca - e anunciou a candidatura à nomeação democrata para as eleições presidenciais de novembro.
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Depois de Joe Biden ter anunciado, este domingo, a desistência da recandidatura à Casa Branca, cedendo aos vários apelos internos do Partido Democrata, e de ter declarado apoio a Kamala Harris, a atual vice-presidente chegou-se à frente. "Sinto-me honrada por ter o apoio do presidente e a minha intenção é merecer e vencer esta nomeação", anunciou a número dois dos democratas, referindo-se à decisão que sairá da Convenção do Partido Democrata, no próximo mês, em Chicago.
"Temos 107 dias até ao dia da eleição. Juntos vamos lutar. Juntos vamos vencer", afirmou a candidata, uma das figuras democratas a quem é reconhecida, dentro do partido, maior capacidade para substituir Biden na campanha contra o republicano Donald Trump. Na declaração, Harris considerou a decisão de Joe Biden abandonar a corrida um "ato abnegado e patriótico".
O passo em frente de Harris foi apoiado pelo casal Clinton. "É uma honra para nós juntarmo-nos ao presidente na recomendação da vice-presidente Kamala Harris e faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para apoiá-la", escreveram Bill e Hillary Clinton num comunicado, em que se mostram alarmados com a "possibilidade de um segundo mandato de Trump", que "prometeu ser um ditador desde o primeiro dia".
"É do interesse do meu partido e do país que desista"
A desistência de Joe Biden, de 81 anos, a uma reeleição no cargo de presidente acontece a um mês da convenção dos Democratas (19 a 22 de agosto, em Chicago), onde será ser escolhido novo candidato. Em vez do que deveria ser a confirmação de Biden na corrida à Casa Branca, os cerca de 4700 delegados democratas vão votar num candidato para defrontar Trump nas presidenciais de novembro.
No comunicado que Biden, o presidente com mais idade à frente da Casa Branca, divulgou este domingo, justificou a desistência com a vontade maior da nação. "Embora tenha sido a minha intenção procurar a reeleição, acredito que é do interesse do meu partido e do país que desista e me concentre exclusivamente no cumprimento dos meus deveres como presidente durante o resto do meu mandato", escreveu.
A decisão foi tomada na sequência de crescentes pressões, internas e externas, para que Biden abdicasse em favor de outro candidato democrata, eventualmente mais capaz de se bater contra Trump, num altura em que aumentavam as preocupações em relação ao estado de saúde do presidente, bem como ao seu desempenho na campanha e, caso vencesse, no mandato.