O presidente interino da Ucrânia deu, esta quarta-feira, três horas às autoridades da Crimeia para libertarem o comandante da Marinha ucraniana, detido durante a ocupação de uma base naval ucraniana em Sebastopol, ou enfrentarem "uma resposta adequada".
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"Oleksandr Turchinov deu ao poder autoproclamado da Crimeia três horas para libertar todos os reféns", incluindo o contra-almirante Sergui Gaiduk, caso contrário será dada "resposta adequada de natureza técnica e tecnológica", afirma um comunicado da presidência citado pela agência France Presse.
O comunicado, que não precisa a hora a que expira o prazo, foi divulgado às 18 horas horas locais (16 horas em Portugal continental).
Forças pró-russas tomaram esta quarta-feira a base naval ucraniana em Sebastopol, juntamente com representantes das forças russas, e anunciaram ter "levado" o comandante Gaiduk.
Segundo meios locais, Gaiduk foi conduzido à sede do Ministério Público "para interrogatório" sobre a autorização dada pelo governo da Ucrânia às suas forças militares na Crimeia para utilizarem as armas.
Citado por meios locais, reproduzidos pelos média russos, o Ministério Público da Crimeia informou que Gaiduk - nomeado depois de o seu antecessor ter anunciado o seu alinhamento com as autoridades pró-russas da península - foi detido por suspeita de "ordenar a unidades militares ucranianas que abram fogo contra civis pacíficos".
Também segundo meios locais, os militares presentes na base naval abandonaram o local em pequenos grupos, acompanhados por supostos milicianos, tal como ocorreu numa outra base, tomada horas depois pelas forças pró-russas e russas em Novoozerne (oeste da Crimeia).
A república da Crimeia e a cidade de Sebastopol, anexadas na terça-feira pela Rússia, foram palco nas últimas 24 horas de incidentes em três bases militares ucranianas.
Ao contrário de terça-feira, quando um ataque por homens armados a uma base em Simferopol fez um morto e dois feridos, as ocupações de bases de hoje em Sebastopol e Novoozerne não envolveram violência.