A Ucrânia acusou, esta terça-feira, a Rússia de tentar ganhar tempo. Enquanto isso, a União Europeia anunciou 17.º pacote de sanções contra Moscovo.
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A Ucrânia e os aliados europeus não ficaram convencidos pelas declarações otimistas de Donald Trump e de Vladimir Putin após um telefonema de mais de duas horas, na segunda-feira, em que ficou acordado a elaboração de um memorando com as posições de Moscovo e de Kiev. O presidente ucraniano afirmou que a Rússia tenta ganhar tempo para prosseguir com a guerra e a ocupação, enquanto Bruxelas e Londres apresentaram novas sanções.
As acusações feitas por Volodymyr Zelensky, na rede social X (antigo Twitter), foram seguidas de um apelo a mais sanções, já que tais medidas vão “obrigar os russos a mudar o seu comportamento”. O chefe de Estado de Kiev defendeu uma solução negociada “A Ucrânia está pronta para qualquer formato de negociação que produza resultados. E se a Rússia continuar a impor condições irrealistas e a minar o progresso, deverá haver consequências duras”, ameaçou o líder ucraniano.
O pessimismo é ecoado nas ruas de Kiev. “Não é a primeira vez que surgem algumas esperanças em algum acontecimento, mas isso não traz nada”, disse à agência France-Presse (AFP) o engenheiro Vitaliy, de 53 anos, ao comentar os resultados do diálogo entre Trump e Putin. “Não adianta conversar com o país agressor, é inútil. Conversar com a Rússia é como bater com a cabeça numa árvore. Não há qualquer sentido nisso”, crê Daryna, estudante de 21 anos também ouvida pela AFP.
Esforço coordenado
No mesmo dia em que a União Europeia (UE) reverteu as últimas sanções económicas contra a Síria, o 17.° pacote de sanções direcionado à Rússia foi anunciado, com o objetivo de dificultar a atividade de 200 embarcações da “frota fantasma” de Moscovo – que permite a exportação do petróleo russo. Outro medidas incluem o congelamento de bens e a proibição de vistos para dezenas de autoridades russas.
Criador da coligação de interesses pró-Kiev, o Reino Unido lançou também mais de uma centena de sanções. “Um esforço coordenado para garantir uma paz justa e duradoura na Ucrânia”, considerou o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Londres.