A Ucrânia disse, esta segunda-feira, que as Nações Unidas deviam intervir para supervisionar uma rota para retirar os civis do complexo metalúrgico Azovstal, o último reduto das tropas ucranianas na cidade portuária sitiada de Mariupol.
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A vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, escreveu numa mensagem no Telegram que o anúncio russo de um "corredor humanitário" para acontecer hoje não foi acordado com a Ucrânia.
A governante referiu que a Ucrânia não considera a rota segura por essa razão e por isso o cessar-fogo não aconteceu, e acrescentou que a Rússia já tinha violado acordos em rotas de evacuação semelhantes.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, deverá visitar a Rússia e a Ucrânia esta semana.
Vereshchuk apelou a Guterres para ser o "iniciador e garante" de um corredor humanitário para fora de Azovstal e pediu que o pessoal das Nações Unidas e do Comité Internacional da Cruz Vermelha acompanhem as pessoas que sejam retiradas do local.
Segundo as autoridades ucranianas há mais de mil civis no complexo, ao lado dos combatentes ucranianos que defendem o local dos ataques russos.
O governo ucraniano disse, esta segunda-feira, que, ao contrário do anunciado pelos militares russos, não houve um cessar-fogo para permitir a retirada de civis do complexo metalúrgico Azovstal.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, das quais mais de 5,16 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).