
Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e chanceler alemão, Friedrich Merz, após reunião com delegação dos EUA em Berlim
Foto: John MacDougall / AFP
O segundo dia de negociações entre a Ucrânia e os Estados Unidos, em Berlim, ficou marcado por um "progresso" em relação às garantias de segurança pós-guerra, bem como pela discordância sobre as concessões territoriais ucranianas. Kiev quer congelar o conflito nas atuais linhas da frente, enquanto Moscovo quer a totalidade da região do Donbass (que agrega as regiões de Donetsk e Lugansk).
"Temos agora a oportunidade de um verdadeiro processo de paz", afirmou esta segunda-feira o chanceler alemão, Friedrich Merz. As conversações na capital germânica incluíram o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o enviado especial norte-americano, Steve Witkoff, e o genro e ex-conselheiro de Donald Trump, Jared Kushner, além de aliados europeus.
Os representantes dos EUA demonstraram otimismo com a proposta de garantias similares ao Artigo 5.° da NATO, relativo à defesa coletiva. "A base deste acordo é basicamente ter garantias muito, muito fortes e também uma dissuasão muito, muito forte", revelou um responsável norte-americano, sob anonimato, à France-Presse (AFP).
Esperança com Moscovo
Uma segunda fonte dos Estados Unidos, citada pela AFP, disse acreditar que a Rússia aceitará os termos. "Espero que os russos analisem a situação e digam a si mesmos: "Tudo bem, porque não temos a intenção de violar [o acordo] - vamos acreditar na palavra deles"", declarou.
"Estamos a progredir nesse aspeto [das garantias]. Vi os detalhes que os militares estão a elaborar e parecem muito bons, mesmo sendo apenas o primeiro esboço", considerou Zelensky.
A cedência de territórios, principalmente o Donbass, onde os ucranianos controlam cerca de 15%, é, todavia, um tema delicado. "Houve diálogo suficiente sobre o assunto e, francamente, penso que ainda temos posições diferentes, mas acredito que os meus colegas ouviram a minha posição", acrescentou.
