O diretor do Instituto de Virologia P4, de Wuhan, a cidade de onde é originário o novo coronavírus, reiterou que as instalações são seguras, face às suspeitas de que o vírus possa ter saído inadvertidamente do laboratório.
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Numa entrevista ao jornal "Science and Technology Daily", Yuan Zhiming garantiu que foi tomada "uma série de medidas" para "garantir que nenhum vírus pudesse sair do laboratório", face à sugestão do Governo dos Estados Unidos de que o novo coronavírus possa ter tido origem ali.
"Altos critérios"
O Instituto de Virologia de Wuhan possui um laboratório de nível quatro, o mais alto em termos de biossegurança, para conduzir pesquisas com patógenos perigosos, como o vírus Ébola ou Lassa. Segundo o diretor, as entradas e saídas, assim como o uso de resíduos e materiais infeciosos, obedecem a "altos critérios", enquanto o uso de sistemas de pressão negativa impede que o ar interno da sala saia e espalhe agentes contagiosos.
O ar e a água no interior e os resíduos que podem estar contaminados são tratados com sistemas de alta pressão e temperatura e, quando necessário, geridos por empresas dedicadas ao tratamento de resíduos médicos.
São ainda realizadas inspeções anuais ao estado das instalações e à condição física e psicológica dos investigadores, afirmou.
Laboratório está a estudar SARS-coV-2
O vírus que provoca a Covid-19 está a ser estudado naquele laboratório, na tentativa de desenvolver uma vacina e tratamento, detalhou o vice-diretor do Instituto de Virologia de Wuhan, Guan Wuxiang.
Desde 30 de dezembro, quando as primeiras amostras chegaram de um hospital da cidade, mais de 120 cientistas de doze equipas diferentes começaram a investigar o vírus e a sua origem e a testar diferentes drogas, segundo Guan. Até à data, foram testadas 6500 amostras.
O laboratório P4 foi lançado com o apoio de França na sequência da epidemia da síndrome respiratória aguda e grave (SARS), entre 2002 e 2003, outro coronavírus semelhante ao da Covid-19 e que teve também origem no sul da China.
Em Wuhan, seis novos casos de infeção por Covid-19 surgiram este fim de semana, ao fim de várias semanas sem novos casos, o que levou as autoridades a afastarem um funcionário local por "má gestão", no distrito residencial de Sanmin.
Desde o início da epidemia, a China registou mais de 82 mil infetados e 4633 mortos por covid-19. Até ao momento, mais de 78 mil tiveram alta.