A Letónia prevê expulsar "um ou mais" diplomatas da embaixada russa em Riga, implicados em atividades de espionagem, numa reação ao caso Skripal.
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Gints Jegermanis, porta-voz do ministério dos Assuntos Estrangeiros do país báltico, vizinho da Rússia, indicou que a tutela dará mais pormenores sobre esta decisão na segunda-feira. Caso se confirme a decisão, a Letónia torna-se, assim, no primeiro país além do Reino Unido a expulsar diplomatas russos devido ao caso do envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal e da sua filha Yulia.
Vários países da UE anunciaram esta sexta-feira, em Bruxelas, que poderiam tomar medidas semelhantes.
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Numa cimeira em Bruxelas, os líderes dos 28 Estados-membros da UE afirmaram estar de acordo com o Reino Unido quando Londres diz que "é altamente provável que a Rússia seja responsável" pelo ataque com um gás neurotóxico contra os Skripal. Tanto Serguei como Yulia estão ainda inconscientes e em estado crítico.
O bloco europeu chamou o seu embaixador em Moscovo para consultas relacionadas com o incidente, que apelidou de "um grave desafio à nossa segurança comum".
A presidente da Lituânia disse que alguns países da UE planeiam iniciar ações contra a Rússia, individualmente, no espaço de dias. Dalia Grybauskaite disse que "a partir do início da próxima semana, muitos países vão recorrer a medidas nacionais".
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O Reino Unido expulsou 23 diplomatas russos em Londres na sequência do ataque, uma medida à qual Moscovo respondeu com a expulsão de 23 diplomatas britânicos em Moscovo e suspendendo a ação do British Council. Londres afirma que os diplomatas russos expulsos no início da semana eram, na realidade, elementos dos serviços secretos.
O ex-espião e a filha foram encontrados inconscientes no passado dia 04 de março, num banco num centro comercial em Salisbury (sul de Inglaterra).
Segundo Londres, ambos foram envenenados com um agente neurotóxico gasoso identificado como Novichok, cujo fabrico remonta à altura da União Soviética. O Reino Unido responsabilizou Moscovo por esta tentativa de homicídio, enquanto o governo russo tem vindo a dizer que nada teve a ver com o envenenamento, argumentando que tal não o beneficiaria em nada.