A liberiana Leymah Gbowee, laureada com o prémio Nobel da Paz, é uma militante pacifista que contribuiu para pôr fim a guerras civis que ocorreram na Libéria até 2003.
Corpo do artigo
Depois de ter participado em movimentos anti-violência, esta liberiana da etnia Kpellé passou a ser conhecida na cena internacional como "a guerreira da paz".
Contra a guerra, Leymah Roberta Gbowee recorreu à oração e exortou as mulheres a seguirem-lhe o exemplo, fazendo com que muitas mulheres seguissem o apelo e começassem a rezar sem distinção de religião e frequentemente vestidas de branco.
O movimento expandiu-se durante o conflito, até à convocação de uma greve de sexo, que forçou o regime de Charles Taylor a associá-las às negociações de paz.
Leymah Roberta Gbowee "é mais do que corajosa. Ela lutou contra a 'tempestade' Charles Taylor e obrigou-o a ir até à paz enquanto a maioria entre nós, homens, fugíamos para salvar a nossa vida", afirma Nathan Jacobs, funcionário, de 45 anos.
Depois de ter desencadeado uma rebelião em Dezembro de 1989 contra o regime do presidente liberiano Samuel Doe, Charles Taylor passou a controlar em poucos meses a quase totalidade do país e conseguiu ser eleito presidente em 1997.
Também confrontado com uma insurreição armada, Charles Taylor é constrangido a deixar o poder e o país em 2003, sob a pressão da rebelião e da comunidade internacional.
A luta das liberianas pela paz "não é uma história de guerra tradicional. Trata-se de um exército de mulheres vestidas de branco, que se levantaram quando ninguém queria, sem medo, porque as piores coisas imagináveis já lhes tinham acontecido", escreve Leymah Roberta Gbowee na sua autobiografia.
"Trata-se da forma como encontrámos a força moral, a perseverança e a coragem de levantar as nossas vozes contra a guerra e restabelecer o bom senso no nosso país", adianta.
Leymah Gbowee, que fundou ou dirige várias organizações de mulheres, participou na Comissão Verdade e Reconciliação.