Um grupo de 51 crianças e mulheres da minoria religiosa yazidi, sequestradas pelos "jihadistas" do movimento extremista Estado Islâmico, foi, esta sexta-feira, libertado por combatentes peshmergas, as forças da região autónoma iraquiana do Curdistão.
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A informação foi confirmada por Ashti Kuyar, comandante das forças do Monte Sinjar, responsáveis pela libertação dos reféns. O militar curdo preferiu não fornecer mais informações sobre a operação de resgate, alegando motivos de segurança.
Ashti Kuyar referiu que o grupo de reféns está neste momento na zona do Monte Sinjar, no norte do Iraque, acrescentando que as crianças e as mulheres vão ser transportadas, via helicóptero, para a província de Dohuk, terceira cidade do Curdistão iraquiano.
O EI ocupou no passado dia 3 de agosto a cidade de Sinjar. Na altura, os 'jihadistas' sequestraram centenas de mulheres da minoria religiosa yazidi, transferindo-as posteriormente para diferentes prisões localizadas no norte do Iraque.
Em finais de junho passado, o EI proclamou um califado nas zonas que controla na Síria e no Iraque.
Desde então, mais de 500 mil yazidis e membros de outras religiões minoritárias fugiram do norte do Iraque e algumas centenas foram assassinados, segundo os dados das Nações Unidas.
Os yazidis são uma comunidade ancestral que vive na zona norte do Iraque e em algumas partes da Síria e da Turquia.
Esta minoria religiosa mistura elementos de várias tradições religiosas, como o zoroastrianismo, que chegou a ser a religião maioritária na antiga Pérsia, mas também do Islão e do cristianismo. A minoria é particularmente repudiada pelos islamitas sunitas, que apelidam os yazidis de satânicos.
Na semana passada também foram libertados cerca de 200 yazidis que estavam nas mãos dos rebeldes mujaidines, incluindo 50 crianças.
As forças curdas divulgaram hoje também que pelo menos 18 combatentes do EI morreram na sequência de um ataque aéreo conduzido por helicópteros do exército iraquiano entre quinta-feira à noite e hoje de manhã no Monte Sinjar e arredores, a cerca de 120 quilómetros a oeste de Mossul, a segunda cidade do Iraque que está ocupada desde agosto pelo EI.