
Salh El Karib
J.J.GUILLEN/EPA
A Audiência Nacional de Espanha decidiu, esta quinta-feira, que Salh El Karib, dono de um cibercafé em Ripol, vai aguardar julgamento em liberdade, depois de ter sido detido na sequência dos atentados na Catalunha.
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Segundo o juiz, os indícios recolhidos "não permitem estabelecer (..) a existência de elementos de prova suficientemente sólidos para adotar uma medida com a gravidade e excecionalidade da prisão preventiva", revela o jornal espanhol "El Pais".
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O mesmo jornal adianta que o juiz tinha prolongado a detenção de El Karib para que pudessem ser recolhidas mais provas relacionadas com o pagamento de viagens a Driss Oukabir (que se encontra preso) e ao imã Abdelbaki Es Satty (morto em Alcanar), através da Internet, no cibercafé de que é proprietário.
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Salh El Karib terá no entando de comparecer todas as semanas perante as autoridades, ter domicílio fixo e de entregar o passaporte, para que não possa sair de Espanha.
Na terça-feira, o juiz da Audiência Nacional espanhola Fernando Andreu tinha decretado a prisão sem fiança de dois dos quatro detidos na semana passada pelos atentados na Catalunha, depois de os ter ouvido durante todo o dia, e prolongado a detenção de Karib por mais 72 horas, para se esclarecer a sua participação nos factos com a realização de mais diligências.
Os dois detidos que permanecem em prisão são Mohammed Houli Chemlal, o presumível terrorista de 21 anos que ficou ferido na explosão da casa de Alcanar, a 16 de agosto, quando a célula preparava explosivos, e a Driss Oukabir, de 27 anos, que alugou a furgoneta usada para atropelar mais de uma centena de pessoas em Barcelona, a 17 de agosto.
Finalmente, o juiz da Audiência Nacional [um tribunal superior espanhol que julga delitos de maior gravidade, como os casos de terrorismo e crime organizado, entre outros] deixou em liberdade condicional Mohamed Aallaa, de 27 anos, detido em Ripoll e irmão de Sadi Aallaa - abatido a tiro pela polícia catalã na estância balnear de Cambrils, onde ocorreu o segundo atentado, na madrugada de 18 de agosto.
A decisão sobre este último foi sustentada por "os indícios existentes sobre a sua presumível colaboração com o grupo investigado não serem suficientemente sólidos", lê-se no documento citado pela agência de notícias espanhola Efe.
Os atentados de dias 17 e 18 de agosto em Barcelona e Cambrils, na Catalunha, Espanha, causaram 15 mortos, incluindo duas mulheres portuguesas, e mais de 100 feridos e foram reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
